Parlamentares suspeitam que ataques foram planejados nos Estados Unidos e, além da investigação, pedem que o visto diplomático de Bolsonaro seja revogado
Deputados norte-americanos pediram ao FBI — Polícia Federal dos Estados Unidos — que investiguem se ataques aos edifícios dos Três Poderes da República, no último domingo (8/1), foram planejados em solos estadunidense. Os parlamentares pediram ainda que a Casa Branca revogue o visto diplomático do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e que financiadores baseados nos Estados Unidos sejam responsabilizados.
Os pedidos foram feitos por meio de carta assinada pelos congressistas e enviada na quarta-feira (11/1) ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. No documento, os políticos norte-americanos solicitam que o FBI “investigue quaisquer ações que tenham sido tomadas em solo dos Estados Unidos para organizar ataque ao governo brasileiro” e que o Departamento de Justiça “responsabilize quaisquer atores baseados na Flórida que possam ter financiado ou apoiado os crimes violentos de 8 de janeiro”.
Congressistas querem a expulsão de Bolsonaro
Desde que bolsonaristas em ato antidemocrático depredaram os prédios do Supremo Tribunal Federal (STF), do Palácio do Planalto e do Congresso Nacional, Joe Biden tem sofrido pressão de dentro do próprio partido para expulsar Bolsonaro dos Estados Unidos. De acordo com a Folha de S.Paulo, o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, indicou que o ex-presidente brasileiro não pode permanecer em solo norte-americano com o visto que usou para entrar no país, o de chefe de Estado.
Tendo em vista que desde o dia 1º de janeiro Bolsonaro não é mais presidente do Brasil, ele teria que procurar o governo americano, até o dia 31 de janeiro, para mudar a categoria do visto. Conforme argumentou Price, se o ex-Chefe do Executivo não regularizar a situação, poderá ser deportado.
Um dos incômodos de congressistas com a permanência de Bolsonaro nos Estados Unidos seria a semelhança que enxergam entre o ataque em Brasília no último domingo (8/1) com a invasão ao Capitólio, em 6 de janeiro de 2021. “Dois anos atrás, os EUA enfrentaram um ataque semelhante à nossa democracia. Conhecemos em primeira mão o impacto — imediato e de longo prazo — quando funcionários do governo subvertem as normas democráticas, espalham desinformação e fomentam o extremismo violento”, teriam escrito os políticos dos Estados Unidos na carta enviada a Joe Biden, de acordo com informações do jornal Folha de São Paulo.
“Os EUA não deveriam ser um refúgio para o autoritário que inspirou terrorismo doméstico no Brasil”, disse à CNN, Joaquín Castro, que representa a minoria democrata no Comitê de Hemisfério Ocidental.
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