A eleição do ricaço João Doria como prefeito de São Paulo ocorreu em 2016, no âmbito do então recém-aprovado impeachment de Dilma e no auge do furor antipetista que os brasileiros abandonariam logo após descobrirem que a presidente legítima foi derrubada para os golpistas tirarem direitos dos trabalhadores e transferirem renda do pobre para o rico.
Não demoraria mais do que um ano de governo para Doria desmascarar a si mesmo. Animado com a eleição em primeiro turno como prefeito de São Paulo, não percebeu que o fenômeno não se deveu ao seu carisma ou a qualquer coisa que ele já tenha feito na vida, mas, meramente, por sua, vá lá, “capacidade” de insultar os petistas e, sobremaneira, Lula.
Não demoraria, porém, para Doria desmascarar a si mesmo.
No fim do ano passado, o portal G1 publicou matéria que revela o que o prefeito da capital paulista fez após ser eleito para dirigir a maior e mais caótica metrópole brasileira, que ostenta problemas insanáveis em todas as áreas devido, sobretudo, ao seu gigantismo.
Pelo levantamento do portal, durante os onze meses de Doria à frente da Prefeitura de São Paulo ele fez 43 viagens. Em 11 delas, participou de eventos do Lide – grupo empresarial de sua propriedade.
As decolagens começaram em fevereiro. Foram 40 em dias úteis e 3 em finais de semana. João Doria esteve em cidades de todas as regiões do Brasil e foi também a outros países. Os meses mais agitados foram agosto e outubro, com uma nova viagem a cada quatro dias.
O dito “prefake” paulistano chegou ao cúmulo de dizer, ao ser cobrado por viajar muito, que poderia governar a maior cidade brasileira “pelo celular”
Não foi por outra razão que, vendo que o prefeito que mal assumira o mandato já demonstrava que não estava nem aí para a cidade ao ficar mais fora dela do que dentro, a população de maioria idiotizada que o elegeu caiu na real e começou a desaprová-lo cada vez mais.
Em seguida, o “prefake” inventou uma ração (supostamente) para seres humanos e feita sabe-se lá como e anunciou que distribuiria a gororoba para crianças da rede municipal de ensino. Foi o que bastou para sua aprovação despencar de vez em São Paulo.
Desmoralizado, o farsante que governa a capital paulista submergiu por algum tempo, mas voltou ao noticiário ao insultar o ex-presidente Lula ao ser cobrado por suas viagens pelo vereador petista Antonio Donato.
Em vez de responder as críticas do vereador à sua gestão, “Doria argumentou” que o partido de quem o questionava, o PT, seria “Um partido que assalta o dinheiro público, que defende o assaltante criminoso Luiz Inácio Lula da Silva”.
O mais interessante é que o partido de Doria, o PSDB, também defende os seus membros eminentes que têm problemas com a lei.
Geraldo Alckmin foi acusado de receber 10 milhões de reais de propina e é tratado como rei no PSDB
Aécio Neves por pouco não foi preso (por ter imunidade parlamentar) e o PSDB não emitiu nenhuma condenação contra ele.
Serra acaba de ser acusado (de novo) de receber milhões em propina. Desta vez, porém, o valor é maior: 54 milhões.
Vendo tudo isso, a gente se pergunta: que moral tem um tucano para acusar o PT?
Mas a questão principal nem é essa. A questão é São Paulo, como poderia ser qualquer outra cidade brasileira na qual o prefeito, cobrado por suas falhas administrativas ou por não trabalhar, começa a atacar adversários políticos.
Esta é a questão. Doria venceu a eleição de 2016 dizendo-se “João Trabalhador”, mas o que os fatos que acabo de apresentar mostram é que ele parece não gostar de trabalhar. O negócio de Doria é viajar, fazer turismo. E se alguém cobrar que trabalhe, começa a xingar Lula e o PT, o remédio que usa para tudo.
Não cobre trabalho ou promessas do prefeito João Doria. Antidemocrático, desrespeitou um vereador que fez essa cobrança assacando insultos contra ele, seu partido e o líder maior desse partido, como se no PSDB não houvesse gente com problemas com a lei.
Enquanto isso, São Paulo afunda. Dados recentes mostram que Doria leva 50% mais tempo que o ex-prefeito Fernando Haddad para resolver problemas de manutenção da cidade.
Mas, convenhamos, a maioria do povo paulistano merece ser governado ainda mais 3 anos por esse incompetente, preguiçoso, mal-educado, autoritário que pôs na prefeitura.
Contudo, não se pode esquecer de quem votou direito e tentou evitar que esse pilantra governasse a maior cidade do país. Mas a democracia tem dessas coisas. A maioria faz besteira e a minoria paga o pato.
Assista, a seguir, o comentário de Eduardo Guimarães em vídeo sobre o assunto. Em seguida, uma mensagem do Blog da Cidadania para você.