A declaração do presidente foi dada em entrevista coletiva em Nova Délhi, na Índia, nesta segunda-feira (11/9). Mauro Cid obteve liberdade provisória no sábado (9/9)
“A única chance que ele tinha de não participar disso é quando ele estava preocupado em vender as joias”, disse Lula durante entrevista coletiva na Índia – (crédito: Ricardo Stuckert / PR)
Nesta segunda-feira (11/9), durante uma entrevista coletiva em Nova Délhi, na Índia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou sobre o acordo de delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid. Segundo ele, o ex-presidente Jair Bolsonaro está “altamente comprometido” após a homologação da colaboração do ex-ajudante à Polícia Federal. No sábado (9/9), Cid obteve liberdade provisória depois que o ministro Alexandre de Moraes, do STF, homologou o pedido de delação premiada.
“Eu acho que ele tá altamente comprometido. A cada dia vai aparecendo as coisas, e a cada dia nós vamos ter certeza de que havia a perspectiva de golpe e que o ex-presidente estava envolvido nela até os dentes”, disse Lula, que está na Índia participando da 18ª Cúpula de Chefes de Estado e de Governo do G20 — grupo que reúne as principais economias do mundo: 19 países e a União Europeia (UE).
O acordo entre Mauro Cid e a PF ocorreu no âmbito do inquérito das milícias digitais, que investiga, entre outros casos, os atos antidemocráticos e a minuta golpista encontrada no celular do tenente-coronel; fraudes no sistema do Ministério da Saúde para a inserção de dados falsos de vacinação contra covid-19 envolvendo o militar, a esposa Gabriela, a filha, Bolsonaro e a filha Laura, de 12 anos; e o esquema de vendas de joias da Presidência, em que Cid teria vendido dois relógios — um da marca Rolex e outro da Patek Philippe — nos Estados Unidos, por US$ 68 mil (cerca de R$ 346 mil) e depois se unindo ao advogado de Bolsonaro, Frederick Wassef, em uma “operação resgate”.
Com a decisão de Moraes, Mauro Cid, que era adjunto na Chefia de Preparo do Comando de Operações Terrestres no Quartel-General da força em Brasília, perdeu cargo e função, mas seguirá recebendo a remuneração de oficial superior, o que corresponde a sua patente de tenente-coronel do Exército.
Cid, além de usar tornozeleira eletrônica, não poderá deixar a casa aos fins de semana e pela noite. Está proibido também de deixar o país e recebeu cinco dias para entregar o passaporte. A decisão do magistrado prevê que qualquer outro passaporte que tenha emitido em seu nome seja revogado. Ele ainda teve seu porte de arma de fogo, bem como o registro para coleção, tiro esportivo e caça suspensos.
Correio Braziliense
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