Caminhoneiros são manipulados pelo agronegócio e autônomos sofrem nas estradas do país, enquanto país acumula alta de 24,76% no valor médio do óleo diesel, entre janeiro e agosto.
O buraco em que Jair Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, atiraram o Brasil parece não ter fundo. Enquanto caminhoneiros foram transformados em massa de manobra pelo agronegócio, em mobilizações que nada têm a ver com a defesa de combustíveis mais baratos e outras reivindicações justas para a categoria, o preço do diesel dispara nas bombas. Estimativas do Valor Data, baseadas em dados da Agência Nacional do Petróleo, indicam que o valor médio do óleo diesel aumentou 24,76% entre os meses de janeiro e agosto.
Mais: de acordo com o jornal Valor, pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o índice é ainda mais alto, 28,02%, cinco vezes o IPCA geral, no mesmo período. Ainda segundo com o diário, nas refinarias da Petrobras, o combustível já acumula alta de 38,29% neste ano. Como o valor dos combustíveis é estabelecido pelo mercado internacional, o consumidor paga o preço, por exemplo, de uma acentuada desvalorização do real frente ao dólar.
Bohn Gass@BohnGassDeem uma olhada no gráfico abaixo. É o preço do diesel no governo Bolsonaro. Não, não é culpa do STF, não é culpa do PT, não é culpa do Congresso (onde, aliás, o governo tem maioria). É culpa EXCLUSIVA do próprio Bolsonaro.
O governo não tem propostas concretas ao setor. Como a instabilidade institucional provocada por Bolsonaro não dá sinais de arrefecimento, o mercado reage de acordo. “O câmbio está respondendo ao cenário de turbulência política e incerteza fiscal”, declarou a economista da Bllomber Economics, Adriana Dupita, em depoimento ao jornal.
Em meio ao caos de um país à deriva na economia, bolsonaristas seguem distorcendo fatos para encobrir a incompetência de Bolsonaro e Guedes e atacar o Supremo Tribunal Federal (STF) com “pautas” que não dizem nada ao mundo real dos caminhoneiros, em especial os autônomos que trabalham nas rodovias brasileiras. O bloqueio de estradas em 15 estados, há dois dias, foi operado principalmente por motoristas de empresas do agronegócio.
“A pergunta que não quer calar: qual a reivindicação desse movimento de paralisação de caminhões? Redução do preço do diesel?”, questionou a presidenta Nacional do PT e deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), recentemente, pelo Twitter.
Gleisi Hoffmann@gleisiPergunta que não quer calar: qual a reivindicação desse movimento de paralisação de caminhões? Redução do preço do diesel???
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