‘A prisão preventiva se justifica para evitar que pessoa com poder possa interferir para evitar a obtenção de provas’, afirmou o jurista
Miguel Reale Jr: há elementos para prisão preventiva de Bolsonaro no caso das joias ·
Um dos autores do parecer do golpe contra Dilma Rousseff (PT), o jurista Miguel Reale Jr. agora afirma que existem elementos suficientes para a prisão preventiva de Jair Bolsonaro (PL) no caso das joias. De acordo com o analista, o ex-ocupante do Planalto tentou destruir provas de que presentes recebidos de governos de outros países iriam para o patrimônio pessoal, e não para o acervo do Estado brasileiro, como pede a lei.
“Alguns elementos de prisão preventiva aparecem porque a prisão preventiva se justifica para evitar que pessoa com poder, nesse caso, possa interferir para evitar a obtenção de provas. E esse fato da recompra do relógio, que é obstrução de provas, sem dúvida nenhuma, justificaria uma prisão preventiva”, disse o jurista em entrevista ao portal Uol.
“Eu gostaria que a prisão preventiva viesse fundamentada com relação a novos acontecimentos possíveis de deturpação da prova para que não se faça uma prisão preventiva por atos passados. Mas creio que o que aconteceu com relógio demonstra que ele tem capacidade de intervenção para deturpar apurações”, acrescentou.