Os advogados Cristiano Zanin Martins e Roberto Batochio, visitaram seu clientes, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na manhã desta terça-feira (11) em Curitiba. À saída, disseram que Lula está impactado com o grau de “promiscuidade” das relações entre o ex-juiz Sérgio Moro e os promotores da Lava Jato. “Moro atuou como um coordenador da acusação e depois proferiu um veredito em cima de uma acusação que ele próprio ajudou a construir”, disse Zanin. Segundo Batochio, Lula saudou as revelações das reportagens do Inercept publicadas no último domingo (9) dizendo que “a verdade fica doente, mas não morre nunca”.
Zanin reafirmou o que a defesa de Lula tem apontado há anos e disse que os fatos divulgados agora “reforçam que Lula não teve direito a um julgamento imparcial e independente”.
“Vamos (os fatos) reforçar a nulidade do processo e a inocência do ex-presidente Lula. Absoluta falta de equidistância das partes. A acusação foi tratada de uma forma diferente da defesa. Há claramente uma coordenação em relação ao trabalho da acusação, o que afronta a nossa Constituição”, disse. “Temos a expectativa de que o STF julgue os Habeas Corpus já pendentes, inclusive a falta de imparcialidade do juiz Sérgio Moro em relação ao ex-presidente Lula. Esperamos que esses fatos novos possam sensibilizar e mostrar ao Judiciário que Lula não teve direito a um julgamento justo, imparcial e independente”, complementou.
Batochio destacou o “grau de promiscuidade entre quem julga e quem acusa num mesmo processo”. “Desnatura o princípio da imparcialidade do juiz. A Constituição estabelece condições para validar um processo criminal, que são o Devido Processo Legal. Segundo a Constituição, nenhum julgamento é válido na esfera criminal se o juiz não for imparcial”.
Um das reportagens do site apontou para uma tentativa de Moro em fazer uma interferência no trabalho de procuradores. “Moro sugeriu trocar a ordem de fases da Lava Jato, cobrou novas operações, deu conselhos e pistas e antecipou ao menos uma decisão, mostram conversas privadas ao longo de dois anos”, destaca a matéria.
Em outra matéria, o procurador Deltan Dallagnol duvidava da existência de provas contra Lula no processo do triplex em Guarujá (SP).
“No dia 9 de setembro de 2016, precisamente às 21h36 daquela sexta-feira, Deltan Dallagnol enviou uma mensagem a um grupo batizado de Incendiários ROJ, formado pelos procuradores que trabalhavam no caso’. Ele digitou: ‘Falarão que estamos acusando com base em notícia de jornal e indícios frágeis… então é um item que é bom que esteja bem amarrado. Fora esse item, até agora tenho receio da ligação entre petrobras e o enriquecimento, e depois que me falaram to com receio da história do apto… São pontos em que temos que ter as respostas ajustadas e na ponta da língua'”, diz o site.
Assista à entrevistas dos advogados.
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