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A deputada federal Luizianne Lins e representantes de movimentos populares

Por Sara Vivacqua

99 parlamentares brasileiros de cinco partidos políticos assinaram uma carta dirigida ao Congresso dos EUA, exigindo a retirada de todas as acusações contra o jornalista Julian Assange, fundador do WikiLeaks.

A carta também foi apresentada esta tarde na Comissão de Direitos Humanos do Congresso brasileiro e recebida pela deputada Luizianne Lins, que assumiu o compromisso pessoal de liderar uma campanha nacional e internacional em prol da liberdade de Assange. Ela também se comprometeu a reunir novas adesões de outros membros do Parlamento. A ação chega na data do quarto aniversário da prisão ilegal de Assange no Reino Unido, com a exigência “Biden, retire as acusações” (#BidenDropTheCharges).

O Governo e o Congresso brasileiros reconheceram oficialmente Assange como prisioneiro político no ano passado e levantaram grandes preocupações sobre as implicações de sua extradição e acusação para a liberdade de imprensa em todo o mundo. Em novembro passado o presidente Lula recebeu a delegação do WikiLeaks em apoio à libertação imediata de Assange e condenando sua perseguição política. Um dia depois, o Congresso brasileiro aprovou uma resolução pedindo a libertação imediata de Assange. Em dezembro, a Comissão de Direitos Humanos do Senado brasileiro convidou Kristinn Hrafnsson, editor-chefe do WL, como principal orador sobre liberdade de imprensa, para se dirigir à Câmara. “É política pública deste Governo defender a liberdade de Assange, pois o Brasil não apoia nenhum tipo de prisão política”, afirmou o deputado Reginaldo Lopez em uma entrevista no dia da posse de Lula.

A carta enviada ao Congresso dos Estados Unidos

A carta lembra as circunstâncias políticas e violações de direitos cometidas contra o jornalista australiano, que se encontra em mau estado de saúde. Ela desmistifica o argumento de que este é um processo legal a ser tratado pelos tribunais nacionais do Reino Unido e dos EUA e reconhece a perseguição política de Assange com impactos na liberdade de imprensa em todo o mundo. Os signatários exortam as autoridades americanas a seguir seu próprio acordo de extradição, retirando as acusações e impedindo a extradição de Assange, como uma forma de defender a liberdade de imprensa e expressão em todo o mundo.

O jornalista australiano publicou uma série de documentos classificados do governo americano e de seus aliados no WikiLeaks. Entre os milhões de materiais publicados pela plataforma estão documentos que revelam crimes de guerra e campos de tortura no Iraque e no Afeganistão.

Assange está detido na prisão de segurança máxima Belmarsh em Londres desde 2019, aguardando extradição para os EUA, onde será julgado por espionagem e poderá ser condenado a 175 anos de prisão.

Se Assange for condenado pelas publicações no WikiLeaks, o exercício do jornalismo será criminalizado, ameaçando as ações de recebimento e publicação de informações verdadeiras e de interesse público.

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