A procuradora geral da República, Raquel Dodge, pediu ao Supremo Tribunal Federal prorrogação de inquérito que investiga supostos pagamentos de propina no valor de R$ 1,4 milhão a codinomes atribuídos ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e ao pai dele, o ex-prefeito do Rio e vereador César Maia (DEM).
No inquérito consta perícia nos sistemas internos da Odebrecht de registro de pagamento em que Maia era descrito como “Botafogo” e “Inca” nas planilhas e o pai, César Maia, era o “Despota”.
Conforme Dodge, a perícia mostrou ordens de pagamentos no total de R$ 2,050 milhões a pai e filho, mas pagamentos efetivados em valor menor, de R$ 1,4 milhão. Segundo ela, foram identificadas três planilhas, de três delatores da Odebrecht, com relação aos dois.
A perícia analisou 11 discos rígidos com informações do sistema e dois pen drives do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, chamado de departamento de propina.
Nos bastidores do Congresso, há quem veja o dedo do governo Jair Bolsonaro no fato desta denúncia contra Rodrigo Maia vir à tona. ” Ministro da Justiça é, para os políticos, o principal articulador de tudo isso”, avalia o cientista político Alberto Carlos Almeida.
A medida tem potencial para desgastar ainda mais a relação do governo com o Congresso e prejudicar o andamento da reforma da Previdência. “Os deputados não são trouxas. Todos estão vendo isso ocorrer e só aumenta a desconfiança em relação ao governo”, diz Almeida.
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