Bolsonaro disparou mentiras ao melhor estilo “fake news” para descreditar os dados do IBGE que mostraram crescimento no desemprego no Brasil no início de 2019. Os números chegam a 13,1 milhões de pessoas desempregadas. Desemprego na juventude bate os 27,2%.
Rafael Campos
Os dados do IBGE apresentados na semana passada mostram uma alta no desemprego no Brasil no início de 2019, atingindo a marca de 13,1 milhões de pessoas sem trabalho. Os dados são da análise feita até Fevereiro, mostrando alta de 11,6% da população para 12,4%.
A alta para 12,4% de desempregados no Brasil é a maior desde Março-Abril-Maio de 2018, que batia 12,6%.
Defrontado com os dados de alta no desemprego, o presidente ultra direitista Jair Bolsonaro deu declarações na última semana tentando descreditar os dados do IBGE com “fake news”, ao melhor estilo “F. de São Paulo esquerdista”, colocando que mudaria o método de pesquisa e análise do IBGE. Isso por que o presidente teve suas declarações sobre “melhora” leve nos empregos desmentida pelos dados do trimestre Dezembro-Janeiro-Fevereiro sobre desemprego.
Bolsonaro disparou contra o IBGE dizendo que se contabilizava no “desemprego” aquelas pessoas que não estão na busca por emprego, o que aumentaria o dado. Mas, segundo a metodologia do instituto e a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, aqueles que não buscaram emprego ou renda nos últimos 30 dias (em referência à data da pesquisa) não entram na categoria “desemprego”, e sim na categoria “desalento”, o que por consequência não aumenta o dado final. Diferente da mentira veiculada por Bolsonaro, os que não buscam emprego não são colocados pelo IBGE na categoria de desemprego.
“Quando há uma pequena melhora na questão do emprego no Brasil, essas pessoas que não estavam procurando emprego, procuram, e, quando procuram e não acham, aumenta a taxa de emprego”. Essa foi uma das declarações de Bolsonaro em entrevista à TV Record no dia 1º de Abril. O cenário hipotético montado pelo ultra direitista poderia de fato acontecer. No entanto a análise dos próprios dados desmente que essa seja a situação dos números apresentados pelo próprio IBGE. Além do crescimento de 12,2 milhões (trimestre de setembro, outubro e novembro de 2018) para 13,1 milhões (dezembro, janeiro fevereiro), houve também comparando os dois trimestres, uma alta no número de “desalentados” (aqueles que não buscam emprego e não obtiveram renda nos últimos 30 dias), de 4,7 milhões no trimestre setembro/novembro de 2018, para 4,9 milhões entre dezembro de 2018 e fevereiro de 2019. E se não bastasse isso, a mentira do cenário de Bolsonaro tem a máscara derrubada com o dado de queda no número de ocupados no mesmo período: de 93,2 milhões para 92,1 milhões de pessoas. Aumenta o desemprego, aumenta o desalento, e diminui o número de empregados no país.
Subutilização da força de trabalho
Se formos mais fundo nos dados, somando o desemprego, o desalento e a subocupação (categoria utilizada para aqueles que poucas horas de trabalho remunerado durante a semana), o número chega a 27. 929 milhões de pessoas. Essas três categorias (desemprego, desalento e subocupação) compõe os dados da taxa de subutilização da força de trabalho, que também, em consonância com o desenrolar da crise, e os dados gerais de desemprego, também apresentaram alta.
Analisando as áreas do emprego no Brasil, vemos que a redução de empregos foi forte na educação, na saúde, e na indústria. Contando empregados na administração pública, seguridade social, educação, saúde e serviço social, houve um corte de 547 mil trabalhadores. Na indústria, reflexo também dos avanços na aplicação da Reforma Trabalhista, a taxa de cortes chegou a 198 mil empregos.
Trabalhadores por “conta própria”, sem carteira e juventude
O número de trabalhadores “por conta própria” se manteve estável apenas se comparados os dados desse trimestre (dezembro de 2018 até fevereiro de 2019) com o anterior (setembro-novembro de 2018). Mas se compararmos com os dados de dezembro de 2017 até fevereiro de 2018, vemos uma alta no trabalho “por conta”, de 2,8%, ou seja, 644 mil pessoas a mais.
Caiu o número de empregados sem carteira assinada no setor privado em 4,8%, o que torna mais assustador também o número atual de empregados sem carteira no setor, batendo a marca de 11,1 milhões de pessoas.
Na juventude os dados também assombram pela altura. Hoje de cada 10 desempregados, 5,4 são jovens de 14 a 29 anos. A taxa de desemprego na juventude chega a índices bem mais altos que a taxa geral. Quando estávamos (no trimestre móvel terminado em dezembro) em 11,6% de desocupação geral, a juventude atingia 27,2% de desemprego. Houve queda, mas muito ínfima, de 0,9% no desemprego na juventude comparando com o trimestre dezembro-janeiro-fevereiro.
A solução de Bolsonaro e do mercado são empregos precários e melhores condições para os patrões
Para Bolsonaro, a solução dos dados calamitosos do emprego no Brasil se resolve com a Reforma da Previdência e os pacotes de ajustes, retirando direitos e encargos dos patrões e empresários, deteriorando as condições de trabalho, para que os empregadores possam contratar gastando menos, tirando o que Bolsonaro já chamou de “mochila nas costas dos empresários”. Os dados colocam amostra a realidade que o próprio Bolsonaro já dizia durante as eleições, de que em seu governo, os trabalhadores terão de escolher entre ter seus direitos e não ter empregos, ou ter empregos, mas sem direitos.
Não só Bolsonaro diz, mas diversos economistas afirmaram também durante a última semana, que o “crescimento na economia” retomaria esses empregos. E no centro dos planos do governo, e do empresariado internacional que está de olho nos investimentos no Brasil, para qualquer retomada da economia é necessário limpar a “mochila nas costas” dos capitalistas, se livrar de encargos com direitos trabalhistas, e principalmente, com o direito à previdência, para que esses consigam melhor explorar a classe trabalhadora e a juventude. Ou seja, para mais empregos, eles querem dizer condições cada vez piores para os trabalhadores e melhores apra os empresários. Trabalhos cada vez mais precários, ou então não haverá novos empregos.
A solução do governo e dos patrões é essa. Para mais empregos, há então de se abrir mão de todos os direitos possíveis. Para que haja mais emprego, há que facilitar as condições de exploração dos capitalistas com as reformas, e da mesma forma, com as privatizações de estatais. Essas são as condições impostas pelo mercado e pelos governos para os enormes contingentes da população que ocupam o desemprego, o emprego formal, e mesmo o emprego formal, que neste cenário vem caindo, e deixa sempre o temor da perda de novos empregos.
Para Bolsonaro, se quisermos empregos, será do jeito que eles querem. E serão empregos por cada vez menos, e cada vez mais precários.
A Reforma da Previdência é a principal exigência do empresariado internacional, dos líderes das grandes potências do mundo, do imperialismo e de todos os aliados de Bolsonaro. É também o fato que une todas as alas do governo Bolsonaro, apesar das inúmeras diferenças de posições e de métodos.
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