Ao vencedor, as batatas. Ao Olavo, as universidades.
Uma série de tuítes presidenciais, hoje cedo, dexa claro o que significa a vitória de Olavo de Carvalho pelo controle absoluto do MEC.
Bolsonaro dá sinal verde para uma ofensiva sobre as universidades, dizendo que o ambiente acadêmico “com o passar do tempo vem sendo massacrado pela ideologia de esquerda que divide para conquistar e enaltece o socialismo e tripudia o capitalismo”.
Como não se tem notícia de qualquer convívio do ex-capitão com o ambiente universitário, não se sabe de onde ele tirou isso.
Não há uma palavra sobre melhorar a qualidade e o alcance do ensino universitário, mas sobre “desideologizá-lo”, embora não se possa saber o que significaria isso na maior parte dos cursos de graduação acadêmica. A menos que exista algo como “a luta de classes na Física Quântica” ou “a influência de Marx sobre a formação de moléculas poliméricas”. Quem sabe, até, “o papel do golden shower na proliferação do Aedes Aegypti”?
Ao contrário, a formação acadêmica nunca esteve tão “capitalistizada” e a maior prova é a imensa quantidade de cursos de pós-graduação ou de especialização, os “MBA” sem qualquer passagem pelas implicações sociais do saber.
O MEC, que já vivia a paralisia confusa de uma guerra entre alas da direita, agora tende a ficar total ou quase que totalmente entregue ao fundamentalismo olavista.
Será o “Bruxo da Virgínia” caçando bruxas por aqui.
POR FERNANDO BRITO
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