
As Forças Armadas dos Estados Unidos proibiram o alistamento de pessoas transgênero e suspenderam todos os procedimentos relacionados à transição de gênero para militares da ativa. A medida foi oficializada em um memorando do secretário de Defesa, Pete Hegseth, protocolado na Justiça nesta segunda-feira (10).
O presidente Donald Trump assinou um decreto no mês passado que restringe a presença de tropas transgênero nas Forças Armadas. No documento, Trump justificou a medida afirmando que a identidade de gênero não seria compatível com os valores exigidos dos militares.
Com efeito imediato, todos os novos alistamentos de indivíduos com histórico de disforia de gênero foram suspensos, conforme detalhado no memorando assinado por Hegseth. Além disso, qualquer procedimento médico já marcado ou planejado relacionado à transição de gênero foi cancelado.
Apesar da proibição de novos alistamentos, o memorando afirma que os militares transgênero já em serviço serão “tratados com dignidade e respeito”. No entanto, a declaração não especifica quais medidas serão tomadas para garantir esse compromisso.
Atualmente, as Forças Armadas contam com cerca de 1,3 milhão de militares na ativa. Organizações de defesa dos direitos transgênero estimam que até 15 mil desses militares pertencem à comunidade trans, embora o Departamento de Defesa afirme que esse número é consideravelmente menor.

Uma pesquisa recente da Gallup revelou que 58% dos americanos apoiam a inclusão de pessoas transgênero nas Forças Armadas. O percentual, no entanto, caiu em relação a 2019, quando 71% eram favoráveis.
A decisão também gerou reações no meio jurídico. Na semana passada, um juiz dos EUA solicitou que advogados do governo Trump garantissem que seis militares trans que ingressaram com ações contra o decreto não fossem removidos do serviço antes do desfecho dos processos judiciais.
Organizações de direitos civis também entraram com pedidos de suspensão temporária da nova política. Um dos casos mais notáveis é o de Miriam Perelson, militar transgênero de 28 anos baseada em Fort Jackson, Carolina do Sul. Ela afirmou que foi forçada a sair da área de dormitório feminino, alocada em uma sala de aula vazia e proibida de usar banheiros femininos.
Em meio à polêmica sobre a proibição de militares trans, Trump também voltou suas críticas às políticas de diversidade do setor militar. Após um acidente entre um helicóptero militar e um avião comercial que resultou em 67 mortes em Washington, o presidente culpou as administrações de Barack Obama e Joe Biden. Segundo ele, a diversidade promovida pela Administração Federal de Aviação (FAA) teria reduzido a qualidade dos profissionais de controle de tráfego aéreo.
Com informações do Diário do Centro do Mundo
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