“A única coisa que você espera é que acabe logo e torce para não morrer. Eu só lembro de vultos e sangue”, relatou a modelo Jade Fernandes
A miss trans Jade Fernandes denunciou, na segunda-feira (8/1), ter sido estuprada pelo delegado Kleyton Manuel Dias da Polícia Civil de Goiás, em Goiânia. Em entrevista coletiva, a modelo afirmou acredita ter sido dopada e que a violência sexual foi praticada no porta-malas do carro do delegado. O caso é investigado pela Delegacia da Mulher (Deaem) com auxílio e acompanhamento da Corregedoria da Polícia Civil de Goiás. Kleyton Dias nega as acusações. O delegado foi afastado das funções, mas segue atuando em uma unidade administrativa.
Jade, que foi eleita Miss Distrito Federal 2024 e é candidata ao Miss Brasil, estava em uma boate de Goiânia, na sexta-feira (5/1), celebrando o aniversário de um amigo. O delegado também era um dos convidados da festa. Kleyton ofereceu carona para a modelo e uma amiga. Primeiro, o delegado deixou a mulher em casa, no bairro Jardim Novo Mundo, e depois seguiu na direção da casa de Jade, localizada no Setor Jaó.
A modelo afirmou que não se lembra de todo o trajeto feito pelo delegado, mas se recorda de que ele parou o carro em um lugar pouco movimentado e indagou: “O que vamos fazer agora?”. Jade respondeu que queria ir para casa, mas Kleyton sugeriu que os dois fizessem sexo, levou a miss até o porta-malas e começou a forçar uma relação sexual. Após a violência, a miss foi mantida na parte traseira do carro até o delegado chegar na frente da casa dela.
Câmeras de segurança capturaram o momento em que o modelo saiu do carro do delegado nua. “A única coisa que você espera é que acabe logo e torce para não morrer. Eu só lembro de vultos e sangue, muito sangue”, relatou Jade, em entrevista coletiva. Segundo a TV Anhanguera, afiliada da TV Globo, um exame pericial comprovou que Jade sofreu o estupro e teve lesão profunda. A Polícia Civil ainda aguarda o resultado de perícia realizada no carro do delegado.
A defesa da modelo informou que também foi realizado um exame para identificar se a vítima foi dopada ou não e o resultado deve sair em 30 dias. Procurada pelo Correio, a equipe de Jade disse que “todos os fatos já estão disponibilizados a imprensa até o momento” e que está aguardando avançarem nas investigações.
Em nota, o delegado Kleyton Manuel Dias repudiou as acusações e disse que se colocou à disposição das autoridades responsáveis pela investigação para a apuração do caso. O delegado também afirmou que ainda não foi ouvido no inquérito, irá provar a inocência e que no momento está “abalado”.
Com informações do Correio Braziliense
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