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Lula discutiu com o embaixador palestino o conflito em Gaza e anunciou o apoio à iniciativa da África do Sul na Corte Internacional de Justiça para que Israel cesse os ataques

Ministério das Relações Exteriores divulgou nota sobre o encontro entre o presidente Lula e o embaixador da Palestina em Brasília

As ações do governo brasileiro para tentar por um fim no grave conflito na Faixa de Gaza e bem como buscar uma solução para a questão da Palestina foram debatidas durante um encontro entre o presidente Lula e o embaixador da Palestina em Brasília, Ibrahim Alzeben, na quarta-feira (10).

Durante o encontro, o presidente Lula anunciou o apoio do Brasil à iniciativa da África do Sul de acionar a Corte Internacional de Justiça para que Israel cesse imediatamente as ações que possam constituir genocídio ou crimes de guerra contra o povo palestino.

A presidenta do PT Nacional, Gleisi Hoffmann (PT-PR), elogiou a decisão do governo brasileiro e a liderança de Lula no processo. “Muito importante o apoio do presidente à ação da África dos Sul junto à Corte Internacional de Justiça, contra o genocídio da população palestina pelo governo de Israel”, apontou Gleisi, na rede social X.

“Todo país pode invocar o direito de autodefesa, mas o que ocorre em Gaza é um massacre, uma ação de extermínio de um povo, intolerável pela humanidade”, denunciou. “Netanyahu e seu governo de extrema-direita estão a cada dia mais isolados”.

O Ministério das Relações Exteriores divulgou uma nota sobre o encontro e os temas discutidos.

Leia abaixo a íntegra da nota do Itamaraty:  

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu (10/1) hoje o embaixador da Palestina em Brasília, Ibrahim Alzeben, para discutir a situação dos palestinos na Faixa de Gaza e na Cisjordânia, depois de decorridos mais de três meses da presente crise.

O presidente Lula recordou a condenação imediata pelo Brasil dos ataques terroristas do Hamas em 7 de outubro de 2023. Reiterou, contudo, que tais atos não justificam o uso indiscriminado, recorrente e desproporcional de força por Israel contra civis.

Já são mais de 23 mil mortos, dos quais 70% são mulheres e crianças, e há 7 mil pessoas desaparecidas. Mais de 80% da população foi objeto de transferência forçada e os sistemas de saúde, de fornecimento de água, energia e alimentos estão colapsados, o que caracteriza punição coletiva.

Cessar-fogo

O presidente ressaltou os esforços que fez pessoalmente junto a vários chefes de Estado e de Governo em prol do cessar-fogo, da libertação dos reféns em poder do Hamas e da criação de corredores humanitários para a proteção dos civis. Destacou, ainda, a atuação incansável do Brasil no exercício da presidência do Conselho de Segurança em prol de saída diplomática para o conflito.

À luz das flagrantes violações ao direito internacional humanitário, o presidente manifestou seu apoio à iniciativa da África do Sul de acionar a Corte Internacional de Justiça para que determine que Israel cesse imediatamente todos os atos e medidas que possam constituir genocídio ou crimes relacionados nos termos da Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio.

Estado Palestino

O governo brasileiro reitera a defesa da solução de dois Estados, com um Estado Palestino economicamente viável convivendo lado a lado com Israel, em paz e segurança, dentro de fronteiras mutuamente acordadas e internacionalmente reconhecidas, que incluem a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, tendo Jerusalém Oriental como sua capital.

Com informações do PT Org

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