Presença da internet nos domicílios brasileiros quase iguala a da televisão, revela pesquisa do IBGE
Internet já está presente em 91,5% dos domicílios; a da televisão é de 94,4%
Em 2022, a presença da internet nos lares brasileiros atingiu um marco significativo, aproximando-se da onipresença da televisão. De acordo com os dados do módulo Tecnologia da Informação e Comunicação da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua TIC) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (9/11), 161,6 milhões de brasileiros com 10 anos ou mais utilizaram a Internet. Este número representa um crescimento constante, refletindo uma penetração de 91,5% nos domicílios brasileiros, com o telefone móvel celular liderando como o meio de acesso mais comum, alcançando 98,9% de utilização, segundo reportagem da Agência Gov.
“Temos avançado bastante na cobertura em todo o país, chegando a mais de 90% dos domicílios brasileiros com internet banda larga. O grande desafio atualmente, como indica a pesquisa, é o letramento digital,” afirma o ministro das Comunicações, Juscelino Filho. Entretanto, apesar do aumento, 6,4 milhões de domicílios ainda não fazem uso da internet, com razões que incluem a falta de conhecimento (32,1%), o custo do serviço (28,8%) e a falta de necessidade (25,6%).
O acesso à internet na área rural atingiu 72,7% em 2022, marcando um aumento constante desde 2016. Este progresso reflete o avanço tecnológico nas regiões mais remotas, com a região Centro-Oeste liderando com 96,6% de usuários, influenciado pelo Distrito Federal. Norte (82,4%) e Nordeste (83,2%) apresentaram os menores resultados, apesar das maiores expansões em 2022.
Pedro Lucas Araújo, diretor do Departamento de Investimento e Inovação do Ministério das Comunicações (MCom), destaca que o desafio de inclusão digital reside na habilidade do usuário em utilizar a internet, não na cobertura da rede. “Para o próximo Plano Plurianual, o indicador que utilizaremos para tratar desse tema é o número de pessoas que acessam a internet e não nos domicílios, pois os indicadores são claros quanto à ampliação de cobertura”, comenta o diretor.
Educação e Conectividade – A pesquisa revela disparidades no acesso à internet entre estudantes de redes pública e privada. Enquanto 98,4% dos estudantes da rede privada utilizaram a internet em 2022, apenas 89,4% dos estudantes da rede pública de ensino tiveram acesso. Além disso, diferenças significativas foram observadas no uso de equipamentos, com 75% dos estudantes da rede privada acessando a internet pelo microcomputador, em comparação com 31,2% dos estudantes da rede pública.
Dados sobre Radiodifusão – A pesquisa também destaca mudanças nos padrões de consumo televisivo, com um aumento no número de domicílios com TV, chegando a 71,5 milhões em 2022. No entanto, a proporção de domicílios com TV recuou para 94,4%, indicando uma transformação nas preferências. A migração para a tecnologia digital é evidenciada pela presença da antena parabólica analógica em 16,8 milhões de domicílios.
Entre os lares que possuem televisão, 43,4% (31,1 milhões) optam por serviços pagos de streaming de vídeo. Surpreendentemente, 95,3% desses lares também sintonizam canais televisivos, sendo 93,1% na TV aberta e 41,5% através de TV por assinatura. A pesquisa indica que o streaming ainda não substitui integralmente as formas tradicionais de televisão.
Enquanto isso, o rádio mantém sua relevância, sendo ouvido em 56,5% dos domicílios em 2022, com variações regionais. Esses dados oferecem uma visão abrangente da evolução da tecnologia e comunicação no país, refletindo mudanças nos hábitos e acessibilidade.
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