A iniciativa da Defesa tem muito mais as digitais do ministro Paulo Sérgio Oliveira que a dos demais comandos, já quase sob nova direção, afirma Denise Assis.
Numa espécie de operação casada, o ministério da Defesa soltou uma nota oficial, no mesmo dia em que a deputada “foragida” Carla Zambelli postou novas críticas ao sistema de urnas eletrônicas, apontando “inconsistências” no equipamento durante os testes anteriores à votação.
Foram escanteados pelo TSE, que simplesmente ignorou as queixas e sugestões apontadas pelos militares “incumbidos” da tarefa, e recebeu com abraços efusivos o presidente consagrado no pleito de 30 de outubro, Luiz Inácio Lula da Silva. Desde a eleição e o reconhecimento internacional de sua vitória, Lula domina o cenário nacional. Com sua viagem à COP-27, também o mundial.
A iniciativa da Defesa tem muito mais as digitais do ministro Paulo Sérgio Oliveira que a dos demais comandos, já quase sob nova direção.
Ao que ficou demonstrado, os comandantes não evidenciam engajamento explícito ao “marcha soldado” dos fascistas inconformados com a derrota do ainda presidente. Estão se fazendo de mortos e aguardando a troca de chefia. Enquanto isto, o ministro se esforça para parecer útil, num momento em que suas notas são lidas e dão ibope apenas no Alvorada, para leitor único. Ainda assim, toca corneta, faz barulho e tenta manter o clima de insatisfação, numa sociedade que de um lado está exausta, recém saída de uma noite escura, mas esperançada, e outra também cansada, mas de marchar na chuva, sem entender que o que buscam não terão mais: o poder, o autoritarismo e um “golpe” – derrotado, como previu Lula -, nas urnas. O país já respira outros ares. Liberdade, é esse o nome.
Lei a nota na íntegra:
Ministério da Defesa
Relatório das Forças Armadas não excluiu a possibilidade de fraude ou inconsistência nas urnas eletrônicas
Brasília (DF), 10/11/2022 – Com a finalidade de evitar distorções do conteúdo do relatório enviado, ontem (9.11), ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o Ministério da Defesa esclarece que o acurado trabalho da equipe de técnicos militares na fiscalização do sistema eletrônico de votação, embora não tenha apontado, também não excluiu a possibilidade da existência de fraude ou inconsistência nas urnas eletrônicas e no processo eleitoral de 2022. Ademais, o relatório indicou importantes aspectos que demandam esclarecimentos. Entre eles:
– houve possível risco à segurança na geração dos programas das urnas eletrônicas devido à ocorrência de acesso dos computadores à rede do TSE durante a compilação do código-fonte;
– os testes de funcionalidade das urnas (Teste de Integridade e Projeto-Piloto com Biometria), da forma como foram realizados, não foram suficientes para afastar a possibilidade da influência de um eventual código malicioso capaz de alterar o funcionamento do sistema de votação; e
– houve restrições ao acesso adequado dos técnicos ao código-fonte e às bibliotecas de software desenvolvidas por terceiros, inviabilizando o completo entendimento da execução do código, que abrange mais de 17 milhões de linhas de programação.
Em consequência dessas constatações e de outros óbices elencados no relatório, não é possível assegurar que os programas que foram executados nas urnas eletrônicas estão livres de inserções maliciosas que alterem o seu funcionamento.
Por isso, o Ministério da Defesa solicitou ao TSE, com urgência, a realização de uma investigação técnica sobre o ocorrido na compilação do código-fonte e de uma análise minuciosa dos códigos que efetivamente foram executados nas urnas eletrônicas, criando-se, para esses fins, uma comissão específica de técnicos renomados da sociedade e de técnicos representantes das entidades fiscalizadoras.
Por fim, o Ministério da Defesa reafirma o compromisso permanente da Pasta e das Forças Armadas com o Povo brasileiro, a democracia, a liberdade, a defesa da Pátria e a garantia dos Poderes Constitucionais, da lei e da ordem.
Ministério da Defesa
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