Presidente negou boatos de que Alckmin assumiria um ministério. ‘Fiz questão de colocá-lo como coordenador [da transição] para que ninguém pensasse que o coordenador será ministro’
O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), se reúnem na manhã desta quinta-feira (10) no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília, com parlamentares aliados. É a primeira vez que Lula visita o CCBB desde que o gabinete de transição do novo governo federal foi instalado no prédio.
Em seu discurso, Lula afastou os rumores de que Alckmin poderia assumir algum ministério. “As pessoas que não estão na comissão vão participar. Eu fiz questão de colocar o Alckmin como coordenador para que ninguém pensasse que o coordenador vai ser ministro. Ele não disputa a vaga de ministro porque é o vice-presidente da República. Qualquer outro, ‘ah, esse cara vai ser ministro’. Tenho pedido para todo mundo para quando convidar alguém para participar da transição dizer o seguinte: ‘não será ministro’. Pode ser e pode não ser, mas que ninguém fique trabalhando como se ‘ah, eu vou ser ministro porque fui escolhido para a comissão de transição'”.
Lula destacou que o gabinete de transição fará “um levantamento da situação do país” apenas. “A comissão de transição não decide nada. É como se fosse uma máquina de ressonância magnética, vai fazer um levantamento da situação do país. E a partir dessa situação nós vamos discutir e tomar algumas decisões para começar o processo de mudança do nosso país. Se alguém quiser contribuir, mandar propostas, por favor, não se sintam excluídos porque não estão na lista de pessoas que estão participando. O Alckmin é o coordenador, o Aloizio Mercadante e a Gleisi têm um papel importante, e cada partido político que participou da coligação tem um papel importante. Estamos começando um processo”.
Lula ainda se manifestou sobre a necessidade de revisar a legislação trabalhista. “Os empresários que ficaram chateados porque nós falamos que vamos rediscutir a legislação trabalhista, a verdade é que vamos ter quediscutir a relação capital e trabalho no século XXI. Quem é empresário sério, quem é sindiclaista sérioe sabe que a gente não poderia ficar no século XXI tratando apenas da lei feita em 1943, mas a gente também não pode abdicar daquilo que era conquista e dava segurança ao ser humano mais humilde”.
Fome
Emocionado, Lula repetiu a frase de quando assumiu a Presidência pela primeira vez: “a prioridade zero, outra vez o mesmo discurso que eu disse em dezembro de 2002, não tem que mudar uma única palavra. Se quando eu terminar esse mandato cada brasileiro tiver tomando café, tiver almoçando e jantando outra vez, eu terei cumprido a missão da minha vida”.
“O fato é que eu jamais esperava que a fome voltasse nesse país, jamais. Quando eu deixei a Presidência, eu imaginava que nos dez anos seguintes esse Brasil estaria igual a França, igual a Inglaterra, teria evoluído do ponto de vista das conquistas sociais. Esse país fez o impeachment de uma mulher com a mentira de uma pedalada, a pretexto de melhorar esse país. Esse país viveu o maior processo de negação da política que eu conheço na história. Neste país, eu fui acusado das maiores infâmias, sem que o acusador jamais pudesse provar. Eu não tive que provar minha inocência, eu tive que provar a culpa de quem me acusoum tive que provar a culpa do Moro, do Dallagnol. E bgraças a Deus conseguimos provar”, completou.
Por Guilherme Levorato, 247
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