youtube facebook instagram twitter

Conheça nossas redes sociais

Ilustração: Roberto Gerpe e Mariano Pimentel

Suspensão do X comprova necessidade e viabilidade de plataformas públicas não-estatais

A suspensão judicial do “X” [ex-Twittter] não causou depressão coletiva, não gerou síndrome de abstinência, não colapsou a economia nacional, não isolou Brasil do mundo e não alienou a população brasileira acerca do noticiário internacional.

Além de não ter causado os efeitos colaterais alardeados pela extrema-direita, empiricamente pode-se dizer que a decisão do STF até produziu resultados profiláticos devido à diminuição do fluxo de veiculação de mensagens de ódio, violência e intolerância.

É consenso na ciência política, na sociologia e na antropologia que a manipulação criminosa das plataformas digitais enfraquece e corrói a democracia.

Está disponível vasta literatura científica a respeito da conexão dos meios digitais com o aumento de conflitos sociais, étnicos, religiosos, de crises políticas e até guerras civis. Sem esquecer, claro, a expansão do fascismo e do extremismo embalados pelos algoritmos.

O instituto de pesquisas V-Dem, de Gotemburgo, Suécia, associa o declínio das democracias liberais no mundo à expansão das redes sociais e mídias digitais por meio da internet.

Barbara Walter, professora de assuntos internacionais da Universidade da Califórnia, EUA, autora do livro Como as guerras civis começam e como impedí-las [Editora Zahar, pág. 134], sustenta que “Esse retrocesso ocorre não só em lugares onde a democracia é novidade, mas também em países ricos, liberais, cujas democracias já foram consideradas sacrossantas”.

Barbara identifica uma correlação entre o fenômeno global de “desdemocratização” e “o advento da internet, a introdução de smartphones e o uso generalizado das redes sociais”.

Facebook, Youtube, X/ex-Twitter, empresas sediadas nos EUA, funcionam como forças catalisadoras de divisões sociais e polarização política.

A autora lembra que o modelo de negócio das big tech’s prioriza “conteúdos que mantêm as pessoas engajadas, exatamente aqueles que produzem ira, ressentimento e violência”.

Com o algoritmo programado segundo esta lógica, a rede social funciona como poderoso “veículo que leva ao poder outsiders com impulsos autocráticos surfando uma onda de apoio popular”.

É notória a conexão de Elon Musk, o dono do X, com Trump, Milei e o chorume de extrema-direita ao redor do mundo, o que inclui a horda fascista liderada por Bolsonaro no Brasil.

O ataque de Musk ao STF e à soberania brasileira na figura do ministro Alexandre de Moraes integra o arsenal da guerra do bolsonarismo contra o Estado de Direito e a democracia [aqui].

Nesta ofensiva, Musk e o bolsonarismo contaram com a ajuda providencial do presidente da Câmara, deputado Arthur Lira, que enterrou a tramitação do PL 2630, das fake news, para deixar livre o campo de ação da criminalidade fascista.

A regulamentação das plataformas digitais é uma urgência democrática nacional e global. As big tech’s são a principal ameaça mundial à democracia e, também, ambientes fecundos para a expansão da extrema-direita e reflorescimento dos fascismos.

Junto com a regulamentação das redes, é urgente a necessidade do Brasil e demais países desenvolverem plataformas de caráter público, não-estatal, controladas democraticamente pelas sociedades e instituições republicanas, que sejam regidas pelas leis e constituições dos países e pelo direito internacional para garantir a ampla liberdade, pluralidade e diversidade de uma internet livre de crimes, violências e ódios.

Céticos em relação à proposta argumentam que o Estado não tem capacidade tecnológica para desenvolver uma plataforma digital.

Argumentam, ainda, que iniciativas “tardias” não conseguem agregar a audiência já capturada pela meia dúzia de plataformas mundiais dominadas por bilionários inescrupulosos e suas empresas sediadas nos EUA, e que manipulam a circulação da informação consumida por bilhões de humanos no planeta.

A “sobrevivência” do país à suspensão do “X” contra-arresta tais argumentos.

Além disso, se estaria subestimando a capacidade do Estado brasileiro e das nossas universidades e centros de pesquisa de excelência desenvolverem soluções tecnológicas avançadas e de benefício público universal.

O Brasil, que foi referência mundial com o Marco Civil da Internet, pode inovar novamente e avançar neste esforço central para a proteção da nossa soberania e para a sobrevivência da democracia – aqui e em todo o planeta.

Com informações do PT Org

Quer ficar por dentro do que acontece em Taguatinga, Ceilândia e região? Siga o perfil do TaguaCei no Instagram, no Facebook, no Youtube, no Twitter, e no Tik Tok.

Faça uma denúncia ou sugira uma reportagem sobre Ceilândia, Taguatinga, Sol Nascente/Pôr do Sol e região por meio dos nossos números de WhatsApp: (61) 9 9916-4008 / (61) 9 9825-6604.

  • X comunica ao Supremo que volta a ter preposto

    X comunica ao Supremo que volta a ter preposto

    Advogada que atuava como representante legal no Brasil, antes da suspensão, retorna à função. Mas, para o acesso ser permitido de novo, plataforma tem de pagar multa de R$ 5 milhões e comprovar que removeu contas de bolsonaristas O X (antigo Twitter) renomeou a advogada Rachel de Oliveira Villa Nova Conceição como representante legal no Brasil. A…


  • Toffoli nega pedido de soltura de Renato Duque, ex-diretor da Petrobras preso no âmbito da Lava Jato

    Toffoli nega pedido de soltura de Renato Duque, ex-diretor da Petrobras preso no âmbito da Lava Jato

    Ex-diretor de Serviços da Petrobras está cumprindo uma pena de 39 anos, resultado das condenações impostas no âmbito da Operação Lava Jato O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli negou, na sexta-feira (20), o pedido de soltura feito pelo ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque. A decisão , segundo a coluna do…


  • GDF suspende alvará das obras de atacadão nas imediações do Mané Garrincha

    GDF suspende alvará das obras de atacadão nas imediações do Mané Garrincha

    Decisão impede “qualquer possibilidade do desenvolvimento de atividades de comércio atacadista, seja qual for a modalidade” perto do estádio O Governo do Distrito Federal (GDF) determinou, na noite desta sexta-feira (20/9), a suspensão imediata dos alvarás de construção da obra anexa à Arena BRB Estádio Mané Garrincha. A decisão, à qual o Metrópoles teve acesso, foi emitida por…


Os comentários estão desativados.