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Novos diálogos da Vaza Jato também apontam preconceito de integrantes do Ministério Público Federal contra o ex-presidente Lula

reportagem do jornalista Rafael Neves, do site The Intercept, sobre como a força-tarefa de Curitiba obteve dados sigilosos contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também revela o preconceito dos procuradores do Ministério Público Federal. Um deles, Paulo Galvão, se referia a Lula como “nove”, em razão do seu dedo amputado em decorrência de um acidente de trabalho no tempo em que foi metalúrgico.PUBLICIDADE

“No início de fevereiro de 2016, quando a Lava Jato já preparava a condução coercitiva de Lula, o procurador Paulo Galvão consultou o chat FT MPF Curitiba 3, de uso exclusivo dos membros da força-tarefa, sobre a possibilidade de receberem investigações contra o ex-presidente que corriam em Brasília”, aponta a reportagem.

“Em mensagem no dia 2 de fevereiro, Galvão avaliou que a equipe do Paraná já conhecia os fatos que vinham sendo apurados na capital federal, exceto por ‘telegramas do itamaraty que mencionam benefícios às empreiteiras e o uso do 9 para lobby’. Era uma referência a Lula, assim apelidado por causa do dedo amputado num acidente de trabalho”, escreve ainda o jornalista.

"A sociedade brasileira teve sempre a discriminação como um dos seus pilares", escreve Emir Sader; para o sociólogo, "Lula é o personagem preferencial desses sentimentos, porque sintetiza os aspectos que a elite paulista mais detesta: nordestino, não branco, operário, esquerdista, líder popular", e "não bastasse sua imagem de nordestino, de trabalhador, sua linguagem, seu caráter, está em sua mão: Lula perdeu um dedo não em um jet-sky, mas na máquina, como operário metalúrgico"; "O ódio a Lula é um ódio de classe, vem do profundo da burguesia paulista e do centro sul do país e de setores de classe média que assumem os valores dessa burguesia. O anti-petismo é expressão disso. Os tucanos foram sua representação política e a mídia privada seu porta-voz", avalia“A sociedade brasileira teve sempre a discriminação como um dos seus pilares”, escreve Emir Sader; para o sociólogo, “Lula é o personagem preferencial desses sentimentos, porque sintetiza os aspectos que a elite paulista mais detesta: nordestino, não branco, operário, esquerdista, líder popular”, e “não bastasse sua imagem de nordestino, de trabalhador, sua linguagem, seu caráter, está em sua mão: Lula perdeu um dedo não em um jet-sky, mas na máquina, como operário metalúrgico”; “O ódio a Lula é um ódio de classe, vem do profundo da burguesia paulista e do centro sul do país e de setores de classe média que assumem os valores dessa burguesia. O anti-petismo é expressão disso. Os tucanos foram sua representação política e a mídia privada seu porta-voz”, avalia (Foto: Emir Sader)

“Os tais telegramas eram um conjunto de correspondências trocadas de 2011 a 2014 entre o governo brasileiro e autoridades de Angola, Cuba, Panamá, República Dominicana e Venezuela. Eles foram reunidos pelo MPF de Brasília de forma sigilosa, em outubro de 2015, numa investigação aberta três meses antes para apurar se Lula havia favorecido a Odebrecht em obras financiadas pelo BNDES”, lembra Rafael Neves, que também revelou o interesse da Lava Jato em destruir a Odebrecht.

Leia a íntegra da reportagem do Intercept e confira a entrevista de Leandro Demori, editor do site, à TV 247:

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