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Ex-ministra do Planejamento do governo Dilma Rousseff, Miriam Belchior concedeu entrevista à TV 247 na qual analisa os dados apresentados pelo IBGE que apontam uma queda no investimento de infraestrutura. Ela também critica a proposta do governo de privatizar o banco Caixa Econômica Federal. “Ninguém faz pelo povo o que a Caixa faz”, ressalta.

Indagada sobre o significado do levantamento, Miriam diz que os números apresentados pelo IBGE já eram esperados. “Com as práticas do governo golpista na área social e de infraestrutura, houve a queda do acesso ao crédito e financiamento, além do declínio vertiginoso de investimentos públicos”, observa a ex-ministra.

Destrinchando a queda do acesso ao financiamento, a ex-ministra argumenta que a política de ajuste adotada pelo governo ilegítimo asfixia todos os bancos públicos. “O Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDS) teve suas contratações cortadas em 35%, prejudicando investimentos. Além disso, caiu também o crédito imobiliário em 16%. Com essa política de sufocamento, o crédito no mercado está escasso”, condena Miriam.

Miriam Belchior apresenta dados alarmantes sobre o investimento público. “Vejamos o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), em 2014, foram 72 bilhões de reais, em 2016, caiu para 44, 5 bilhões. Se continuar nessa queda, chegará aos 15 bilhões em investimento em 2018”, relata.

Citando os investimentos das estatais, a ex-ministra afirma que entre os anos de 2013 em 2016 os números despencaram. “Sem investimentos, o Brasil não cresce, o desemprego não cai e o mercado informal aumenta. Voltamos à idade da pedra com a população cozinhando a carvão”, lamenta.

“O povo tem memória”

Ao discorrer sobre o cenário caótico que o Brasil enfrenta, Miriam Belchior é categórica. “O povo tem memória e por isso Lula só cresce nas pesquisas. O processo eleitoral será decisivo, estará em debate que país a população quer viver”, acredita.

Caixa Econômica 

Belchior, que já presidiu a Caixa Econômica Federal, desaprova a proposta do governo de privatizar o banco. “Toda a equipe econômica de Temer é oriunda do mercado financeiro, por isso tratam a Caixa dessa forma”, explica.

A ex-ministra indaga: “Qual outro banco privado faz o pagamento do Bolsa Família no País inteiro, incluindo regiões afastadas da Amazônia, pelo custo que a caixa oferta? Não existe nenhum outro banco disposto a isso”.

Ela salienta a importância do banco estatal. “A caixa é um braço fundamental na execução das políticas públicas elaboradas pelo Governo Federal, além do Bolsa Família, ela é operadora do fundo de Garantia, todas as obras do PAC são feitas através do banco. Conclamo aqui os 95 mil funcionários da caixa a discutirem a sua privatização”, conclui Miriam Belchior.