Após o anúncio de corte de 30% no orçamento das universidades e institutos federais, o MEC declarou que essa medida poderia ser revista caso a Reforma da Previdência seja aprovada. Vendo a potência que o movimento estudantil tem ao lado dos trabalhadores, eles querem separar com todas suas forças esses setores. Mais do que nunca, apenas um programa que imponha que sejam os capitalistas a pagarem pela crise, abolindo o pagamento da dívida pública, pode garantir um futuro digno à juventude e à classe trabalhadora, com educação e aposentadoria.
Nesta semana, Bolsonaro e seu Ministro Abraham Weintraub declararam guerra às universidades e institutos federais, com cortes de 30% em seus orçamentos. Junto a isso, o MEC declarou que essa medida, que inviabiliza a existência de dezenas de centros de pensamento do país, poderia ser revista caso a Reforma da Previdência que entrega nossas vidas aos patrões for aprovada. Vendo a potência que o movimento estudantil tem ao lado dos trabalhadores, eles querem separar com todas suas forças esses setores. Mais do que nunca, apenas um programa que imponha que sejam os capitalistas a pagarem pela crise, abolindo o pagamento da dívida pública, pode garantir um futuro digno à juventude e à classe trabalhadora, com educação e aposentadoria.
Em campanha pela Reforma da Previdência para que a classe trabalhadora e a juventude morram de trabalhar, o MEC quer com essa declaração chantagear todos aqueles que vêem a necessidade de defender a educação, como se em nome disso a única saída fosse aceitar esse grande ataque ou propor algumas alterações no lugar de rechaçá-lo de conjunto. Isso porque, na mesma semana em que Bolsonaro e seu Ministro pronunciaram-se contra o ensino de Ciências Humanas e defenderam o Escola sem Partido no Twitter, fortalecendo seu discurso obscurantista, foi aprovada a Reforma da Previdência na CCJ.
Está claro que vêem na juventude e nos professores setores que podem estar na linha de frente em se levantar contra esse grande ataque, “centro de gravidade” do governo e grande anseio dos empresários e do capital imperialista. Foi a juventude que, ao longo das eleições manipuladas pelo autoritarismo judiciário, expressou seu rechaço a Bolsonaro, com assembleias e manifestações nas universidades e com as jovens mulheres tomando as ruas por #EleNão. Os ataques de Bolsonaro a serviço dos lucros capitalistas têm a oferecer, junto a Moro e Guedes, mais desemprego, precarização e repressão a nosso futuro. Como resposta, buscam “isolar” as universidades, como se fossem “desperdício de dinheiro”, e perseguir os professores, ao mesmo tempo em que agora desenham uma manobra para dividir os trabalhadores.
Mais do que nunca, é preciso levantar a necessidade de unificar as categorias, lado a lado aos jovens, por um programa que imponha que sejam os capitalistas a pagarem pela crise. Apenas abolindo o pagamento da dívida pública, ilegal, ilegítima e fraudulenta, que assegura a espoliação imperialista no país e enche os bolsos dos banqueiros, é possível garantir que haja investimento na educação, que já vem sendo atacada pela PEC 55, e direito à aposentadoria.
A aliança potente entre estudantes e professores, como porta-voz do conjunto da classe trabalhadora e da juventude sistematicamente excluída das universidades pelo filtro social do vestibular, pode incendiar outras categorias e derrotar os ataques de Bolsonaro de conjunto. Entretanto, as centrais sindicais vêm de trégua ao governo há meses, e setores como Paulinho da Força já declararam a necessidade negociar a Reforma da Previdência, defendendo uma “versão mais desidratada” no próprio 1º de Maio.
O PDT, com Tábata Amaral, filha da Fundação Lehman e de seu projeto privatista de educação, defende a Reforma da Previdência “com ajustes” aos quatro ventos. Esse partido teve o PCdoB como aliado na Câmara servindo de apoio a Maia, que articula esse grande ataque. Junto ao PT à frente da CUT e da CTB, que vêm sendo parte dessa trégua e têm em seus governadores no Nordestes posições favoráveis à implementação da Reforma em seus estados.
Agora, a CNTE está chamando uma paralisação nacional da educação no próximo dia 15 de Maio e se anunciou uma greve geral no próximo dia 14 de Junho. Mais do que nunca, não podemos deixar os professores sozinhos. A CUT e a CTB precisam convocar assembleias e reuniões nos lugares de trabalho por uma efetiva paralisação no próximo dia 15 contra a Reforma da Previdência e os ataques à educação. A União Nacional dos Estudantes, que prepara seu Congresso neste ano e já adiou sua data para dias úteis em que jovens trabalhadores não poderão ser parte, precisa coordenar as medidas em centenas de universidades para que o movimento estudantil entre em cena como potente aliado aos professores e aos trabalhadores de conjunto, cumprindo o papel que eles tanto temem.
É unindo forças que podemos derrotar os ataques de Bolsonaro, impor o não pagamento da dívida pública e a garantia de um projeto de universidade e de educação que estejam a serviço da classe trabalhadora, e não das empresas, levantando o fim do vestibular e a estatização das universidades privadas. Também com isso, podemos assegurar a revogação da PEC 55, da Reforma Trabalhista e da lei de Terceirização Irrestrita, junto a um plano de obras públicas e à redução da jornada de trabalho sem redução salarial, que enfrentem o desemprego. Ao contrário do que quer a corja do governo, com seus Ministros, não podemos aceitar que sigamos pagando a crise que os capitalistas criaram.