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Somente nos 3 primeiros meses de 2024, a quantidade de infecções representa 80% do total de casos em 2015

O Brasil registrou em 2024 um total de 1,3 milhão casos da dengue até esta sexta-feira (8). O número de mortos é de 363. Durante todo o ano retrasado (2022), foram contabilizados 1,65 milhão de infecções pela doença, resultando em 1.053 nos 12 meses. Somente nos 3 primeiros meses de 2024, a quantidade de infecções representa 80% do total de casos em 2015, o pior desde o início do século 21. O aedes aegypti é o mosquito transmissor da dengue.

As entrevistas dos analistas foram publicadas no Poder 360. O pico deve se manter entre os meses de abril em maio, como nos anos anteriores, afirmou o professor do Departamento de Infectologia da Unesp (Universidade Estadual Paulista) Alexandre Daime, coordenador científico da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBI).

Segundo o infectologista Kléber Luz, coordenador do comitê de arboviroses da SBI, “lamentavelmente, estamos iniciando uma curva com 90 graus de angulação”. “A expectativa é de que teremos números recordes do final de marco ao início de abril. Deveremos ter graves problemas nos próximos meses”, afirmou.

O médico Ivan França, infectologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, comentou sobre a circulação dos subtipos do vírus. “Geralmente, temos um subtipo do vírus predominante a cada ano. Aquelas pessoas que pegaram ele no passado está menos suscetível. Isso acontece menos quando a gente tem um alto número de casos, que é acompanha por uma grande variabilidade de subtipos. Nesse cenário, quanto mais casos, maior é a transmissibilidade”, disse.

Até o momento, o Ministério da Saúde destinou R$ 44 milhões para apoiar gestores locais que declararam emergência em saúde pública para o enfrentamento da dengue. Os recursos são parte do R$ 1,5 bilhão reservados pela pasta para este fim. Do total destinado até agora, R$ 6,7 milhões foram para os estados, R$ 5,5 milhões para o Distrito Federal e R$ 31,7 milhões para os municípios. O apoio financeiro será destinado para medidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública. Essas ações estão no foco do Ministério da Saúde, uma vez que as doses de vacinas ainda são insuficientes para cobrir a maior parte da população.

O ministério orienta que os estados e municípios ampliem a faixa etária para vacinação contra a dengue para pessoas de 10 a 14 anos. A recomendação foi apresentada em Nota Técnica publicada pela pasta nesta quarta-feira (6).

Antes, diante do quantitativo de doses, que é restrito, baseado na capacidade de produção e entrega do laboratório produtor, a pasta distribuiu as duas primeiras remessas aos 521 municípios inicialmente elencados para receber a vacina, e havia recomendado que a estratégia fosse iniciada em pessoas de 10 a 11 anos de idade. A ampliação, portanto, busca alavancar a proteção entre o público-alvo.

Os municípios contemplados continuam sendo aqueles previamente definidos antes da recomendação de ampliação da faixa etária. As vacinas são destinadas a regiões de saúde com municípios de grande porte com alta transmissão nos últimos dez anos e população residente igual ou maior a 100 mil habitantes, levando também em conta altas taxas nos últimos meses.

A decisão de expandir a idade do público contemplado foi tomada em conjunto com a representação dos conselhos municipais e estaduais de saúde, respeitando as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da Comitê Técnico Assessor em Imunização (CTAI).

Com informações do Brasil 247

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