Mas autocrítica, que é bom, nada
Nesta terça-feira (09), o Jornal Nacional rifou Sergio Moro ao destacar a fala do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, no julgamento da suspeição do ex-juiz contra Lula.
Em reportagem longa, a edição intercalou trechos do voto do ministro e comentários dos âncoras William Bonner e Renata Vasconcellos.
Gilmar Mendes havia suspendido o julgamento até trazer de volta a pauta hoje, um dia após o ministro Edson Fachin, também do STF, anular todas as condenações contra o ex-presidente e assim restabelecer seus direitos políticos.
Bonner destacou que Mendes iniciou seu voto fazendo um histórico crítico da atuação de Sergio Moro no julgamento do caso Banestado e também que o ex-juiz já foi considerado parcial pela própria 2.ª Turma do STF.
“A histórica recente do Poder Judiciário ficará marcada pelo experimento de um projeto populista de poder político, cuja tônica se assentava na instrumentação do processo penal, na deturpação dos valores da Justiça e na elevação mítica de um juiz subserviente a um ideal feroz de violência às garantias constitucionais do contraditório, da ampla defesa, da presunção da inocência e principalmente da dignidade da pessoa humana”, afirmou o ministro.
“O resumo da ópera é: você não combate crime cometendo crime. Ninguém pode se achar o ó do borogodó. Cada um terá o seu tamanho no final da história. Calcem as sandálias da humildade. Eram as palavras daquele que vos fala em dezembro de 2016. Na presença dos membros da Lava Jato e do juiz Sergio Moro”, disse Mendes em outro trecho destacado pela Globo.
O Jornal Nacional repercutiu a fala do ministro na qual ele destaca que, quando chegou ao STF, era considerado um opositor do governo do Partido dos Trabalhadores.
“O magistrado [Sergio Moro] gerenciava os efeitos da exposição midiática dos acusados. A opção por provocar e não esperar ser provado garantia que o juiz estivesse na dianteira de uma narrativa que culminaria na consagração de um verdadeiro projeto de poder que passava pela deslegitimação política do Partido dos Trabalhadores, em especial o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva, a fim de afastá-lo do jogo eleitoral”, apontou Mendes durante seu voto.
Também foram incluídos na edição trechos nos quais o ministro Gilmar Mendes fala sobre o conteúdo das mensagens da Operação Spoofing, que revelam as ilegalidades cometidas por Moro. “A parcialidade de Moro pode ser aferida mesmo sem levá-las em consideração”, afirmou.
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