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Trump: censura

Uma docente da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) denunciou que um projeto de pesquisa financiado pelo Fulbright Specialist Program foi censurado nos Estados Unidos, como parte das novas diretrizes impostas pelo governo de Donald Trump. O DCM teve acesso ao comunicado dela aos colegas.

O episódio ocorre no contexto de uma ofensiva contra universidades e agências de fomento à pesquisa, limitando o uso de determinados termos e conceitos nas produções acadêmicas.

Fulbright Specialist é um programa do Departamento de Estado americano, que conecta especialistas a instituições ao redor do mundo para colaborações de curto prazo. Líderes em suas áreas, eles participam de projetos que fortalecem o intercâmbio acadêmico e profissional, promovendo inovação e desenvolvimento global.

A professora relatou que recebeu um comunicado da Fulbright Brasil informando que o projeto, previamente aprovado, só poderia seguir se certas palavras fossem retiradas ou substituídas. Entre os termos censurados estão expressões como direitos humanos, opressões de gênero, classe e raça, crise dos princípios democráticos, emancipação social, sistemas de opressão e justiça social. A lista de restrições ainda inclui menções ao crescimento da população encarcerada e suas implicações raciais, crise ecológica e práticas de vigilância que violam direitos civis e políticos.

“Me sinto negociando uma bolsa com um regime ditatorial”, afirmou a pesquisadora. Ela comparou a situação ao romance “1984”, de George Orwell, no qual o Estado controla o vocabulário para restringir o pensamento crítico. Segundo a docente, a Fulbright Brasil comunicou a necessidade de adaptação do projeto de forma constrangida, sinalizando que as mudanças não eram uma escolha da instituição, mas sim uma exigência imposta pelo governo dos EUA.

Universidades federais
UFRJ. Foto: Reprodução

“É uma situação bizarra… Devo retirar termos como ‘Human Rights’, ‘oppressions of gender, class, and race’, ‘crisis of democratic principles’, ‘social emancipation’, ‘systems of oppression’, ‘cross-cultural interactions’, ‘promotion of social justice’, ‘growth of the incarcerated population and its racist implications’, ‘growth of inequalities’, ‘ecological crisis’, ‘growth of surveillance and security practices that violate fundamental civil and political rights’ etc.’”

A decisão de Trump de barrar determinadas expressões na produção acadêmica segue uma tendência de sua administração em reprimir debates sobre desigualdade, racismo e justiça social. Medidas similares foram adotadas contra treinamentos sobre diversidade em órgãos federais e contra disciplinas que abordavam a chamada Teoria Crítica da Raça. O presidente frequentemente acusa universidades de promoverem uma “doutrinação esquerdista”, direcionando cortes e restrições a pesquisas que discutissem temas sociais sensíveis.

A censura imposta pelo governo Trump reflete um esforço para moldar a produção intelectual nos EUA a partir de uma agenda política de extrema-direita. A exclusão de termos ligados a direitos humanos e justiça social não apenas afeta pesquisas americanas, mas também tem impacto direto em colaborações internacionais, como o caso da UFRJ demonstra. Para a docente brasileira, o episódio representa um alerta sobre os rumos da liberdade acadêmica nos Estados Unidos e seus reflexos para pesquisadores ao redor do mundo.

Com informações do Diário do Centro do Mundo

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