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Desde o ano passado, os 200 municípios com menores rendas perdem em cobertura e atendimento. Uma a cada três cidades não tem acesso a novos auxílios nos últimos cinco meses

Em todos os 200 municípios de menor renda per capita do Brasil, o programa federal Bolsa Família foi congelado pelo governo de Jair Bolsonaro, como aponta levantamento do jornalFolha de S. Paulo divulgado nesta segunda-feira (10). De acordo com o jornal, nas cidades mais pobres há um recuo no número de famílias atendidas e na inclusão de novos beneficiários, deixando um em cada três municípios sem o auxílio nos últimos cinco meses.

Com isso, a fila de espera para atendimento do programa, que havia sido extinta em julho de 2017, voltou a crescer e, segundo integrantes do próprio governo, documentos internos mostram que, ao todo, 1 milhão de pessoas aguardam pelo auxílio, sem qualquer previsão de atendimento. “É o período mais longo de baixo índice de cobertura de novos beneficiários da história” do Bolsa Família, destaca a matéria da Folha

Em meio ao desemprego que atinge 12,6 milhões de brasileiros e ao aumento da extrema pobreza, o governo Bolsonaro faz cortes de recursos no orçamento do programa, que neste ano teve aprovada a verba de R$ 29,5 bilhões ante R$ 32,5 bilhões em 2019, enquanto as pessoas não conseguem sequer marcar o atendimento. Criado no governo Lula, o Bolsa Família foi o responsável por tirar milhões de brasileiros do Mapa da Fome. Mas, sob a alegação de falta de dinheiro, o atual governo vem desde o ano passado restringindo a entrada de beneficiários.

Pelo Twitter, a ex-presidenta Dilma Rousseff destacou que a “destruição do Bolsa Família é um crime contra a Nação”. “Bolsonaro não está apenas abandonando o programa, mas pretende destruí-lo. O desprezo pelas necessidades dos mais pobres revela em toda a sua perversa dimensão a desumanidade da agenda neoliberal aplicada pelo seu governo”, contestou a ex-presidenta. 

Na mesma rede social, a deputada federal Talíria Petrone (Psol-RJ) lembrou que o ministro da Cidadania, Osmar Terra, responsável pelo comando do programa, deve respostas a dois requerimentos de informação, que questionam, desde outubro, os cortes e o aumento da fila. Até o momento, a única resposta da pasta, em janeiro, apresentou uma média anual da fila de espera em 494,2 mil famílias. Mas a resposta, que veio só após ordem da Controladoria-Geral da União (CGU), é desmentida por documentos internos apontando o patamar de 1 milhão de pessoas sem atendimento a partir de maio.

Escrito por: RBA

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