Chefe da PF disse que levará para Luís Roberto Barroso a transcrição da entrevista dada à Reuters e que foi mal interpretado.
Para Luís Roberto Barroso, comentários sobre inquérito podem caracterizar infração penal. À Reuters, diretor da PF disse que tendência é recomendar arquivamento de inquérito contra Temer.
Por Renan Ramalho e Vladimir Netto, G1 e TV
O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), intimou o diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia, a explicar declarações dadas em entrevista sobre investigação sobre o presidente Michel Temer.
Em entrevista à agência Reuters, Segovia disse que a tendência na PF é recomendar o arquivamento da investigação, na qual Temer é suspeito de beneficiar a empresa Rodrimar em um decreto que renovou concessões no Porto de Santos.
À TV Globo, Segovia disse, por telefone, que vai comparecer ao gabinete do minstro Barroso, levando a transcrição da entrevista à Reuters, e vai dizer que suas declarações foram mal interpretadas pela imprensa.
Ele disse que não tem, nem teve, a intenção de interferir na investigação ou no trabalho do delegado. Em carta a servidores da PF, Segovia negou ter dito que o inquérito será arquivado e disse que a equipe responsável pelo caso tem “toda a autonomia e isenção”.
Para Barroso, no entanto, a conduta de Segovia na entrevista “é manifestamente imprópria e pode, em tese, caracterizar infração administrativa e até mesmo penal”.
O ministro entendeu que na entrevista o diretor da PF ameaçou o delegado responsável pelo caso, “que deve ter autonomia para desenvolver o seu trabalho com isenção e livre de pressões”.
Considerou também que a investigação ainda tem diversas diligências pendentes, “razão pela qual não devem ser objeto de comentários públicos” e que, como relator do caso, ainda não recebeu relatório final” do delegado Cleyber Malta Lopes nem parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR), que conduz a investigação.
Barroso determinou, na intimação, que, além de prestar esclarecimentos, Segóvia deverá se abster de novas manifestações sobre o caso.
Segovia nega ter falado em arquivamento
Chefe da PF afirma que corporação tem ‘toda autonomia e isenção’.
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