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Diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues afirmou que uma das preocupações é evitar “erros” nas apurações em curso

O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, afirmou em entrevista à Reuters que a corporação promove investigações técnicas e sem açodamento nos casos que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro, destacando que se preocupa para que não ocorram “erros” nas apurações e que o resultado vai aparecer.

“O trabalho está sendo feito e o resultado, em algum momento, isso vai acontecer”, disse.

“O que fazemos são investigações técnicas, com muita seriedade, com muito rigor, mas sem pressa e sem atraso. Fazemos no tempo da investigação, fazemos com respeito à Constituição, com respeito à legislação, com respeito aos direitos e garantias fundamentais, para que a gente não cometa erros em nenhuma investigação”, afirmou.

O comentário do chefe da PF ocorreu após ter sido questionado sobre se haveria uma preocupação diante do fato de Bolsonaro ter passado o aniversário da tentativa de golpe do 8 de Janeiro em uma praia no Rio de Janeiro enquanto autoridades dos Três Poderes participavam em Brasília de um ato em defesa da democracia.

Rodrigues afirmou que a preocupação dele não é atender às “expectativas de qualquer campo político ou de qualquer campo ideológico”, mas sim zelar pela integridade das investigações promovidas pela instituição. “Elas têm o seu tempo próprio e darão as respostas legais que a gente precisa dar”, ressaltou.

O diretor-geral da PF evitou opinar sobre se a prisão do ex-presidente seria inevitável, diante das várias frentes de investigação contra Bolsonaro, robustecidas recentemente pela delação premiada do ex-ajudante de ordens dele Mauro Cid.

“Eu não posso, por óbvias razões, asseverar que a pessoa investigada A, B ou C vai ser indiciada, vai ser presa, o que vai acontecer”, disse.

“E a razão é muito simples, porque eu prezo e respeito muito a autonomia da equipe que está fazendo a investigação, que tem, com responsabilidade, focada na qualidade da prova, tem toda a liberdade e autonomia de fazer o processo investigatório e apresentar à Justiça aquilo que colheu de provas de autoria, materialidade e circunstâncias do fato”, completou.

Rodrigues rechaçou haver qualquer tipo de orientação da PF para que as investigações que envolvem o ex-presidente evitem uma eventual ação para se pedir uma prisão temporária ou preventiva.

“De forma alguma. De forma alguma. A nossa atuação, ela independe do status político, social e econômico do eventual investigado”, disse.

“Nós trabalhamos com o dado técnico. Se houver indícios de autoria, materialidade suficientes ao indiciamento, a pessoa será indiciada. Se houver, tecnicamente e com fundamento na legislação, não em achismo, não em convicções por A mais B, mas por provas de que a pessoa está cometendo crimes e que esses crimes e as situações que estão ocorrendo ensejam a prisão, por exemplo, temporária ou preventiva, o presidente do inquérito policial assim deve proceder”, frisou.

No Supremo Tribunal Federal, segundo fontes já relataram à Reuters, a avaliação é que o ex-presidente, se isso ocorrer, só seria preso após uma eventual condenação em julgamento por processo judicial. O receio é que uma detenção no curso de investigações poderia inflamar o país.

Com informações do Reuters

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