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Fernando Villavicencio durante comício em Quito, no Equador. — Foto: reprodução

O assassinato de Fernando Villavicencio, candidato à presidência do Equador no ano passado, em plena luz do dia nas ruas marca o auge de uma crescente onda de violência que assola o país nos últimos anos.

Anteriormente reconhecido como um local pacífico, um verdadeiro “oásis” em contraste com a violência em países vizinhos como Colômbia e Peru, o Equador agora se vê cada vez mais afetado pelo aumento de grupos associados a grandes cartéis de drogas, especialmente originários do México. Destacam-se o Cartel de Sinaloa e o Cartel de Jalisco Nueva Generación.

O Cartel de Sinaloa, reconhecido pela ONU como uma das maiores organizações criminosas do mundo, originou-se em Culiacán, sendo um dos principais protagonistas das operações no país. Seu impacto no Equador deu origem à gangue “Los Choneros”, uma das mais significativas e violentas da região.

Por outro lado, o Cartel de Jalisco Nueva Generación, fundado por ex-membros do Cartel de Sinaloa, reuniu indivíduos mais agressivos com o objetivo de expandir seu domínio para outras regiões. Foi dessa associação que surgiu a gangue “Los Lobos”, que reivindicou digitalmente a autoria do ataque a Villavicencio.

Ambos os cartéis estão envolvidos no tráfico internacional de drogas, especialmente cocaína, encontrando no Equador um terreno fértil para suas operações ilegais.

A crise financeira no país facilitou o recrutamento de jovens para esses grupos. Desde 2017, quando a crise iniciou com a queda nas vendas de petróleo, os governos, de Lenín Moreno a Guillermo Lasso, adotaram políticas públicas para enfrentá-la.

Polícia equatoriana mostra uma operação na prisão de Bellavista, em Santo Domingo de los Colorados, no Equador. Foto: AFP

No entanto, tais medidas resultaram em protestos sociais, agravados pela pandemia, levando a um aumento significativo do encarceramento e transformando as prisões em centros de atividades de facções.

Com presença tanto nas áreas urbanas quanto nos presídios, esses grupos cresceram de forma municipal até conquistarem controle em algumas regiões, especialmente aquelas com acesso facilitado ao mar, conforme relatório divulgado pelo Escritório de Drogas e Crimes da ONU (UNODC).

Localização privilegiada

O Equador, situado entre Peru e Colômbia, grandes produtores de folha de coca, com vasta extensão litorânea no Oceano Pacífico, acesso direto aos países norte-americanos e ao Canal do Panamá, tornou-se um ponto crucial para as operações desses cartéis.

A folha de coca, principal ingrediente na produção de cocaína, é transportada ilegalmente através dos portos equatorianos em contêineres com frutas, principalmente bananas, conforme revelado pelo relatório da UNODC.

A presença desses grupos em áreas portuárias e costeiras resulta em um aumento significativo da criminalidade e violência.

Além disso, o país é alvo do mercado europeu de drogas, com agentes do tráfico de diversos países, desde o México e Colômbia até Itália e Rússia, utilizando o Equador como corredor para suas atividades criminosas.

Em março deste ano, o presidente Guillermo Lasso declarou estado de emergência em três regiões importantes do país, permitindo que civis tivessem acesso e porte de armas numa tentativa desesperada de conter a violência.

Aumento da violência

Nos últimos cinco anos, segundo o Human Rights Watch, a taxa de homicídios triplicou no país, passando de 5,81 por 100 mil habitantes em 2017 para 16 atualmente. A violência atingiu também os presídios, sendo um dos episódios mais trágicos a morte de 43 pessoas no centro de detenção de Bellavista, em Santo Domingo.

Em 2023, já foram registradas cerca de 3,6 mil mortes violentas, enquanto 2022 encerrou com o maior número da história equatoriana, totalizando 4,6 mil.

O assassinato de Villavicencio aconteceu a dez dias das eleições, marcadas para 20 de agosto, mesmo com o presidente Guillermo Lasso, em maio, utilizando o mecanismo constitucional chamado de “Morte Cruzada”, que permite dissolver a Assembleia Nacional quando prejudica a governabilidade. Consequentemente, são convocadas novas eleições presidenciais e para a Assembleia Nacional.

Durante o governo de Guillermo Lasso, o Equador enfrentou 17 estados de emergência, todos para lidar com episódios de violência.

Com informações do Diário do Centro do Mundo

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