O mundo já enfrentou momentos piores da pandemia de Covid-19. A cepa Ômicron é de alta transmissibilidade, mas sua letalidade é bem menor. O motivo disso? A quantidade de indivíduos vacinados. Mais de 75% da população já recebeu ao menos uma dose da vacina, e 68% dos brasileiros já tomaram as duas doses da vacina.
Os novos casos surgem, e são inúmeros, mas a vacinação reduziu significativamente a mortalidade da doença. Segundo a epidemiologista Margareth Dalcolmo, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em entrevista à BandNews TV, o ideal é que 90% dos brasileiros estejam vacinados com as duas doses da vacina.
A doutora Dalcolmo explica que, ao que tudo indica, estamos nos encaminhando para um provável fim da pandemia de Covid-19 ainda em 2022. Ela comparou o fim da pandemia de Covid ao fim da pandemia de gripe espanhola, no início do século XX: “O vírus SARS-CoV-2 vai se tornar endêmico: ele não vai desaparecer por completo, e vai se tornar uma das possibilidades na pesquisa de doenças respiratórias”. A vacinação contra Covid tende a se tornar periódica, e terá as cepas atualizadas ao longo dos anos; as próximas ondas de Covid serão menos letais, porém mais transmissíveis.
No Rio de Janeiro, loja de shopping fechada: todos os profissionais estão com Covid
E é o que vemos agora no país. Muitos ambulatórios lotados, lojas fechando por falta de funcionários: em São Paulo, por exemplo, há falta de profissionais de saúde na linha de frente do combate aos efeitos da doença por conta do afastamento de profissionais, também contaminados pela doença. As secretarias municipais de Saúde tentam contratar novos profissionais para cobrir os afastamentos temporários, mas também vêm enfrentando dificuldades.
Na rede municipal de saúde da cidade de São Paulo, atualmente, 1.585 profissionais da saúde estão afastados por Covid-19 ou síndrome gripal. Na rede estadual de Saúde, são mais 1.754 afastados.
Na capital, só em janeiro de 2022, as unidades municipais de saúde da capital registraram 69,5 mil atendimentos de pessoas com sintomas de gripe, a maior parte, casos suspeitos de Covid – uma média de mais de 9 mil atendimentos em média por dia, segundo a Prefeitura.
Nos shoppings do Rio de Janeiro e de Porto Alegre, há lojas fechadas por falta de profissionais – todos estão contaminados, e não há como repor.
Por conta dessas situações, o Sinpro entende que é cedo para o governo decretar a normalidade do retorno às aulas 100% presencial – isso vai depender das condições dos e das profissionais de educação que estejam sãos.
E, nesse contexto em que quanto mais vacinados menos casos letais, o Sinpro insiste na cobrança: as vacinas pediátricas ainda não chegaram. A vacinação das crianças de 5 a 11 anos ainda não começou.
A diretora do Sinpro Rosilene Correia reitera a importância da vacinação das crianças: “A capital federal tem cerca de 268 mil crianças entre 5 e 11 anos de idade, segundo estimativa da Secretaria de Saúde. Elas voltam às aulas em 14 de fevereiro. Um governo que preza pelo cuidado com a infância precisa estar preocupado com a segurança sanitária ampla, geral e irrestrita de seus cidadãos.”
Tanto Rosilene quanto Margareth lembram da eficácia do Plano Nacional de Imunização, do nosso SUS: As famílias brasileiras têm a consciência de que vacinar os filhos é importante. O Plano Nacional de Imunização é referência mundial. Graças a ele, doenças perigosas como a poliomielite e a meningite foram erradicadas. Ao proteger as crianças, estamos protegendo também todos os adultos com quem as crianças têm contato, como os avós, os pais e o pessoal da escola.
“Todos os estudos apontam eficácia das vacinas pediátricas, para que nossas crianças voltem às aulas no início de fevereiro com ao menos a primeira dose das vacinas.”, lembra a doutora Dalcolmo.
Rosilene completa que “superar a pandemia passa, necessariamente, por proteger com vacina o maior número de pessoas. Um governo que prioriza a vida deve incluir a vacina contra Covid na lista de itens básicos para a volta às aulas.”
Fonte: SINPRO-DF
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