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Presidente do banco público também foi sócio de Claudio Pracownik na Brasil Plural, ex-vice-Presidente Financeiro das Empresas Brasif

O novo presidente da Caixa, Pedro Guimarães, indicado para o cargo pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, é casado com Manuella Pinheiro Guimarães, filha de José Adelmário Pinheiro Filho, o Leo Pinheiro, ex-executivo da OAS.
Ele e a esposa são sócios da Dalty Assessoria Financeira, aberta em 2010 no apartamento do próprio Léo Pinheiro e depois transferida de endereço. Manuella também é sócia do pai na Lp Patrimonial Ltda, ao lado de outras duas parentes, Mariangela Borges Pinheiro e Rafaella Pinheiro Santos.
Condenado e preso na Lava Jato por pagar propinas a políticos em troca de favorecimentos, Léo Pinheiro assinou, em 2017, um acordo de delação premiada onde afirmou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva era “proprietário oculto” de um apartamento triplex no Guarujá.
Pedro Guimarães, por sua vez, tem no currículo sociedade em mais de dez empresas, boa parte ligadas à Brasil Plural como a Brasil Plural Empreendimentos e Participações, Brasil Plural Consultoria e Assessoria e Brasil Plural Gestão de Recursos. Nessas três empresas compartilhou a sociedade, entre outros nomes, com Claudio Pracownik, ex-vice diretor de Finanças do Flamengo e ex-vice-Presidente Financeiro das Empresas Brasif.
O nome da Brasif repercutiu nos noticiários em 2016, após uma publicação da colunista Mônica Bergamo, na Folha de S.Paulo, denunciando que a empresa ajudou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB-SP) a enviar ao exterior dinheiro para a ex-amante, Miriam Dutra, e o filho da jornalista, Tomás Dutra.
A Brasif também está envolvida no caso triplex da família Marinho. Em 2016, o portal Viomundo descobriu que o endereço da sede da Brasif – rua Margarida Assis Fonseca, 171, na capital mineira -, era o mesmo registrado na Junta Comercial do Estado de Minas Gerais pelo consórcio consórcio Agropecuária Veine Patrimonial-Santa Amália Administração e Participações Ltda., dono de um helicóptero usado pela família Marinho.
A Veine, por sua vez, é a empresa que detém a propriedade Paraty House, a mansão construída na praia pública de Santa Rita, no litoral do Rio de Janeiro. Em uma entrevista à Bloomberg, publicada em 8 de março de 2012, a engenheira florestal Graziela Moraes Barros do Instituto Chico Mendes destacou que a mansão era frequentada pela família Marinho.
Vale destacar, ainda, que a Veine pertence majoritariamente à Vaincre e a Blainville, empresas offshore criadas pela Mossack Fonseca que começou a ser investigada pela Lava Jato, na fase Triplo X.
No dia 3 de outubro de 2014, um incêndio na sede da Brasfit, três dias antes da eleição presidencial, destruiu todos os documentos da empresa.
Mudanças na gestão da Caixa
Guimarães foi indicado para dirigir a Caixa em novembro do ano passado. Seu último cargo foi como diretor e sócio da Brasil Plural S.A. Tem doutorado em Economia pela Universidade de Rochester (EUA) onde se especializou em planos de privatizações, assessoria financeira, asset management e operações estruturadas de financiamento. Sua experiência no mercado incluem passagens pelos bancos BTG e Bozano.
No discurso de posse da direção da Caixa, nesta segunda-feira (07), ele prometeu reestruturar o banco estatal a partir da venda de participações em empresas controladas, seguros, cartões, asset (gestão de ativos) e loterias.
As vendas vão começar ainda neste ano. Guimarães declarou ainda que irá reforçar o financiamento imobiliário via mercado de capitais e facilitar o microcrédito reduzindo os juros e prometeu cumprir a orientação de Bolsonaro de “não errar” e que as vendas vão ajudar a reduzir o passivo da Caixa calculado em “R$ 40 bilhões”.