“Fênix desejante, Lula é o protagonista desse momento. Não é um Tancredo, não é um Ulisses (com todos os devidos respeitos): é mais do que isso. É emanação real do povo trabalhador e síntese de nossa universalidade enquanto povo soberano”, diz o colunista Gustavo Conde sobre o nosso novo processo de redemocratização
É como se a gente vivesse um segundo processo de redemocratização. Presos políticos sendo soltos, música popular em atos públicos, fotos amplas do povo com sorrisos e abraços…
A diferença é que agora tem redes sociais e o ódio anônimo dos covardes, revestido de inveja e frustração.
A estrutura política, no entanto, é a mesma: um ditador golpista na presidência, cercado de gente corrupta e obtusa (e, por isso mesmo, corrupta; corrupta porque obtusa e vice-versa) mais a companhia de generais da extrema direta decrépita.
Tudo cheira a naftalina no antigoverno Bolsonaro.
Para quem – como eu – reclamou de não haver participado ‘ do momento épico de “passar o trator social por cima dos militares traidores da pátria, ditadores de outrora”, aí está: estamos em um segundo processo de redemocratização, ainda tímido, mas insinuante, com violência e esperança, ambas “juntas” em polos opostos.
Trata-se, queridos leitores, de uma autocrítica de minha parte: jamais irei reclamar de novo por não ter chutado o traseiro dos militares covardes da ditadura nos anos 80. Como se diz divãs lacanianos afora: “cuidado com o que você deseja”. O maldito desejo miseravelmente se realizou, inclusive com requintes de crueldade.
Por mais inconcebível que possa parecer, o cenário hoje é um pouco pior do que na moribunda ditadura militar. Além da tortura, do achaque, da chantagem e da corrupção rudimentar das rachadinhas, o ditador de hoje está envolvido com milícias, um degrau abaixo do militarismo grotesco de aluguel de Geisels e Médicis.
Este ser anti humano que irrompeu como purulência tóxica em nossa ferida democrática não cicatrizada, foi alçado ao governo justamente porque promoveu o elogio da violência, porque não lamentou a execução de Marielle, aliás, pelo contrário: ele pareceu sempre endossar a eliminação de adversários políticos – como se pode subentender nos relatos de um porteiro que também corre risco, agora, de ser eliminado.
Explorar a bestialidade do povo é dispositivo clássico de charlatões apologistas do linchamento, seja para colocar em prática políticas de extermínio, seja para se eleger com a conivência dos maus perdedores como Globo e PSDB.
Não é preciso ser psicólogo forense para diagnosticar com constrangedora transparência técnica: todas as declarações de Bolsonaro sobre Marielle são autoincriminatórias.
Quando ele diz: “eu não tinha nenhuma razão para matar Marielle”, ele está dizendo, pela lógica dos pressupostos, o seguinte: “se eu tivesse uma razão, matava”.
O que nos leva a entender que o ‘posto’ também é falso. Ou: o que dizer de um loquaz assassino em potencial que nega a execução de uma vítima em potencial (depois de vir a público fotos em companhia de executores, cuja convivência fraterna de condôminos e o requinte de afinidades fascistas recuperadas em redes sociais chega a causar repulsa)?
Deixo a resposta para o Ministério Público.
O tema aqui, afinal, é o clima de redemocratização e vale explorá-lo por um minuto.
Na redemocratização dos anos 80, não havia um grande partido verdadeiramente democrático no país. Hoje, há.
Falo, evidentemente, do PT – e nem uso o sintagma ‘partido de esquerda’, porque, para mim, o PT é mais do que isso: é um partido que transpira democracia, por dentro e por fora, com todas as virtudes e corolários.
Isso fará toda a diferença. Para ser mais claro: estamos, agora, diante da possibilidade real de democratização do país, sem a eterna tutela da Rede Globo e com os sentidos políticos fumegando para entrar em cena novamente, depois de cinco anos de abstinência.
Fênix desejante, Lula é o protagonista desse momento. Não é um Tancredo, não é um Ulisses (com todos os devidos respeitos): é mais do que isso. É emanação real do povo trabalhador e síntese de nossa universalidade enquanto povo soberano.
Preparem-se, porque a maior luta pela democracia já realizada está diante de nossos olhos, narizes e bocas. Quem quiser protagonizar esse momento terá privilégio de fazer a parte que lhe cabe na construção de uma sociedade justa, promissora, vibrante e, acima de tudo, democrática.
Boa sorte a todos.
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