No Encontro Internacional da Indústria de Construção, nesta terça (8), presidente também condenou tarifaço de Trump e defendeu a estabilidade e a previsibilidade como bases do desenvolvimento do país
O presidente Lula, durante cerimônia de abertura da 29ª Feira Internacional da Construção Civil e Arquitetura (FEICON) e da 100ª Edição do Encontro Internacional da Indústria da Construção (ENIC)
Antes de embarcar para Tegucigalpa, capital de Honduras, o presidente Lula marcou presença na cerimônia de abertura do Encontro Internacional da Indústria de Construção (Enic), nesta terça-feira (8). O evento, ocorrido no Pavilhão 8 da São Paulo Expo, integra a Feira Internacional da Construção Civil (Feicon). Sustentabilidade, tecnologia e inovação são os três enfoques estratégicos deste ano para o setor.
Acompanhado de ministros do governo e de outras autoridades da República, Lula discursou aos empresários da construção civil. O petista pediu-lhes empenho para reduzir o déficit habitacional de sete milhões de moradias no país, que, segundo o presidente, manteve-se inalterado ao longo de mais de 50 anos, mesmo depois de tantas unidades serem construídas e entregues por meio do programa Minha Casa Minha Vida.
“Pelo amor de Deus, vocês têm que ajudar a gente a acabar com essa marca de sete milhões, faz 51 anos, gente, 51 anos. Vocês já fizeram casa, todo mundo aqui já deve ter feito muita casa, mas algo está acontecendo, parece que a gente está enxugando gelo”, enfatizou.
Lula também argumentou que somente estabilidade e previsibilidade podem promover o desenvolvimento nacional, exatamente aquilo que pregou durante a campanha de 2022. Em seguida, condenou o tarifaço bravateiro do presidente dos Estados Unidos, o magnata republicano Donald Trump. “Não vai dar certo […] Ninguém brinca de que o mundo não existe, com quase 200 países”, resumiu.
“É importante que a gente tenha clareza: nós precisamos de estabilidade econômica, nós precisamos de estabilidade fiscal, nós precisamos de estabilidade social e nós precisamos de previsibilidade”, concluiu o petista.
Reconstrução do Brasil
O ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, expôs a quantidade de obras que foram retomadas pelo governo Lula 3. Ele disse categoricamente aos empresários presentes à cerimônia que “o Brasil voltou a ter governança, voltou a ter planejamento”.
“Mais de 4,5 mil obras de infraestrutura de saúde pública paralisadas […] Mais de 3,5 mil escolas, creches, escolas de ensino fundamental, escolas de ensino integral, obras de universidades paralisadas. Mais de 87 unidades do Minha Casa Minha Vida paralisadas. Os programas todos desmontados”, contabilizou o ministro.
Compromisso com a indústria
O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Renato Correia, teceu longos elogios aos membros do governo federal pelo compromisso com a indústria de construção civil.
Na avaliação de Correia, para quem Lula é o presidente que mais investiu em moradias para a população vulnerável do país, o anúncio recente da inclusão da Faixa 4 no Minha Casa Minha Vida “completa o ciclo virtuoso desse programa”.
“O uso de recursos do pré-sal é inédito para essa finalidade, pode gerar uma nova revolução na habitação brasileira, assim como foi o Minha Casa Minha Vida em 2009. Tornar essa fonte de financiamento recorrente e previsível, aliada ao FGTS, viabiliza a alocação de recursos capazes de fazer frente à grande demanda por habitação no país, atendendo o direito constitucional à moradia”, observou.
“Foi com satisfação que recebemos esse anúncio, que cumpre, presidente, a promessa feita por vossa excelência em novembro passado de que não faltaria dinheiro para a construção. Muito obrigado por cumprir essa promessa”, agradeceu Correia.
Fonte: PT