Marília Alencar disse que avisou “No dia 7 de janeiro informamos que havia manifestantes com ânimos exaltados e dispostos a enfrentar as forças de segurança. Avisamos isso várias vezes
A ex-subsecretária de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública (SSP) do DF, Marília Ferreira Alencar, afirmou à CPI dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa, nesta quinta-feira (9), que alertou com antecedência os gestores da SSP sobre os riscos da mobilização golpista do dia 8 de janeiro. As informações, que constam em relatório apresentado na antevéspera, serviu, segundo ela, para o Planejamento de Ação Integral. “O que se tinha foi recebido e repassado”, relatou.
Ainda de acordo com Alencar, que é delegada da Polícia Federal, os informes da inteligência mostravam possibilidade de “fatos alarmantes, embora não confirmados”, demonstrando que os golpistas apresentavam “ânimos exaltados, dispostos a confronto com as forças de segurança”, ocupação de prédios públicos, e que visavam a “tomada de poder”. As “frações de inteligência”, segundo Alencar, mostravam a “fotografia do momento”, mas eram atualizadas constantemente e compartilhadas com os “tomadores de decisão” da SSP.
“No dia 7 de janeiro informamos que havia manifestantes com ânimos exaltados e dispostos a enfrentar as forças de segurança. Avisamos isso várias vezes”, afirmou Marília Alencar.
Informações sobre o número de ônibus e de participantes, bem como o deslocamento dos golpistas à Esplanada dos Ministérios, ainda de acordo com a delegada, eram atualizadas constantemente.
O presidente da CPI, deputado Chico Vigilante (PT), concluiu, ao final do seu interrogatório, que houve falha na operação policial: “Cada vez mais que a gente aprofunda as investigações aqui, eu chego à conclusão de que houve uma falha brutal por parte da PM do DF”.
Já o relator, deputado Hermeto (MDB), ponderou que houve falha em diversos etapas. “Fico me perguntando por que esse apagão na PM no dia 8? Erraram todos, não só quem estava na atividade fim, erraram da inteligência, do planejamento, todos. A segurança pública é feita em um todo”, concluiu Hermeto.
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