O que está em jogo nesse momento não é o reajuste de 3,1% nos salários dos vigilantes. Porque esse valor as empresas têm condições de pagar.
Da mesma forma, a questão não se resume aos auxílios alimentação e transporte e aos seguros de saúde e de vida, pois, essas reivindicações já estão garantidas em uma decisão judicial anterior e a categoria reivindica somente a manutenção destas cláusulas.
O que está em jogo, nesse momento, é o fato de que os empresários, em uma manobra sórdida, querem destruir o Sindicato dos Vigilantes e enfraquecer a liderança do deputado Chico Vigilante.
Eles desejam tal destruição pois, foi essa instituição, lutando lado a lado com o deputado Chico Vigilante, que conseguiu que a maior licitação da história do Distrito Federal, para serviços de segurança privada no Governo do Distrito Federal, fosse realizada em 2017.
Cabe ressaltar que, com esse certame, os custos para a população foram reduzidos em R$ 50 milhões por ano de prestação do serviço.
Em um contrato de 5 anos, isso representa uma economia de R$ 250 milhões aos cofres públicos. Recursos, esses, que iriam enriquecer, ainda mais, meia-dúzia de empresários do setor.
Os empresários do setor de vigilância tentaram de todas as maneiras e com todo tipo de manobra possível, barrar essa licitação e não conseguiram. O pregão foi realizado com sucesso.
Todas essas manobras dos patrões são o caminho para voltarem a obter o lucro fácil às custas da super-exploração do trabalho dos vigilantes.
Do contrário, como explicar o fato de o governador do Distrito Federal ter convocado as duas partes para uma negociação oficial e o sindicato patronal não comparecer?
O que explica, também, os patrões desrespeitarem todas as normas de boa convivência para não atender aos apelos do Ministério Público do Trabalho?
Como esclarecer a negativa dos patrões em cumprirem uma decisão judicial do Tribunal Regional do Trabalho que concedeu o reajuste em dezembro passado?
É necessário que a sociedade brasiliense tenha o conhecimento concreto da situação em desenrolar. É preciso, também que a população compreenda que a culpa da greve não é dos vigilantes e nem do sindicato.
Tal sentimento de culpa recai exclusivamente sobre uma camarilha de empresários inescrupulosos cujo objetivo principal é sugar a sociedade em benefício próprio. Empresários que não demonstram compromisso algum com os trabalhadores.
Por isso, que os vigilantes, de maneira indignada, estão em greve.
É necessário, também, que o Tribunal Regional do Trabalho julgue de maneira urgente o mérito da greve observando as cláusulas econômicas. Não acreditamos que essa corte, que em dezembro passado, manteve todas as conquistas da categoria, vá retroagir.
Por razões como esta, que os empresários tentam evitar de todas as formas que a justiça não coloque para julgamento o dissidio de natureza econômica, pois, acreditam que, com o passar do tempo, os vigilantes vão encerrar a greve.
No entanto, estão enganados. Os vigilantes somente retornarão aos postos de serviço no momento em que a situação estiver plenamente resolvida.
Ante o exposto, com humildade, pedimos o apoio da sociedade brasiliense a esse movimento justo, contra a exploração dos trabalhadores e, sobretudo, contra a depredação dos cofres do Distrito Federal.
Brasília, 9 de março de 2018
_CHICO VIGILANTE, deputado distrital (PT)_