youtube facebook instagram twitter

Conheça nossas redes sociais


Esse ódio ao pobre tem um nome: aporofobia, termo cunhado pela filósofa espanhola Adela Cortina. Aporos, palavra grega, significa pobre, e foi sobre esse termo que ela percebeu algo comum em um mundo com quase 80 milhões de deslocados/refugiados: a aversão não necessariamente ao “outro”, ao “estrangeiro”, mas àqueles que não possuem uma conta bancária mais polpuda.

O presidente Jair Bolsonaro e seu ministro Paulo Guedes já demonstraram sofrer do mal. No artigo “A direita radical ‘bolsonarista’: da aporofobia à defesa da memória de regimes de exceção, Edson Dalmonte e Priscilla Dibai analisam discursos de Bolsonaro nos meios de comunicação de 1986 a 2017. As falas xenofóbicas e aporofóbicas são constantes: enquanto europeus e/ou estadunidenses, vindos de regiões mais abastadas, são bem-vindos porque viriam suprir mão de obra especializada, pessoas de países pobres e/ou refugiados são preteridas:

(…) senegaleses, haitianos, iranianos, bolivianos e tudo que é escória do mundo, né?! E agora estão chegando também os sírios aqui. A escória do mundo está chegando aqui no nosso Brasil, como se a gente já não tivesse problemas demais para resolver. Esse é um grande problema que nós podemos ter, disse o presidente em matéria publicada pelo Jornal Opção, em 2015.‘Se o problema fosse a pobreza, estaríamos engajados com a sua superação, mas na verdade estamos engajados na eliminação do pobre’.

O Haiti também provoca ojeriza no homem que esqueceu a própria origem humilde: como escrevem Edson e Priscilla, o país é citado como um lugar sujo, miserável, com “mulheres se oferecendo para a prostituição ou para serem empregadas domésticas no Canadá”.

“Quando uma menina começa a se aparecer na sala de aula, depois de uma certa idade, ela vai ser empregada doméstica no Canadá, que fala a língua dela. Isso é o Haiti. Hoje em dia, não tem nada lá. (…) Carvão lá, o galho de carvão lá, é da grossura do dedo mindinho. Lá por exemplo não tem rio, é lodo, tá ok? Eu vi mulher lá se oferecendo lá, o sexo, sem higiene nenhuma (…)” (Jair Bolsonaro, New York Times, 2016).

Perto da fala do chefe, o discurso proferido pelo ministro Paulo Guedes há um ano, durante um seminário em Brasília, até parece inocente. Vocês devem lembrar, mas vale trazer aqui o puro extrato da aporofobia explicitada pelo herói da Faria Lima:

“Não tem negócio de câmbio a R$ 1,80. Vou exportar menos, substituição de importações, turismo, todo mundo indo para a Disneylândia. Empregada doméstica indo pra Disneylândia, uma festa danada”.

Guedes é um nato representante de uma elite brasileira ressentidíssima em primeiro momento por não ser de Paris e, hoje, chateada por não ser de Miami. É o que observa a socióloga e professora da Universidade Federal de Pernambuco, Maria Eduarda da Mota Rocha: a industrialização e a ideia de modernidade emplacadas aqui a partir do século 19, com o dinheiro da produção do café fazendo com que bens de luxo passassem a circular no país, provocaram uma cisão mais clara entre um modo de viver popular e um modo de viver das elites. “É aí que começa a se fomentar uma certa vergonha do povo, um povo que vai sendo, de certa maneira, a lembrança do país de primeiro mundo que nós não somos. É uma elite que sempre está olhando para fora e com muita vergonha do que tem do lado”. Darcy Ribeiro e Celso Furtado, lembra a autora do livro “A Nova Retórica do Capital, já afirmaram lá atrás: a elite brasileira tem ódio do povo.

“Se o problema fosse a pobreza, estaríamos engajados com a sua superação, mas na verdade estamos engajados na eliminação do pobre. Na forma de extermínio, na forma de exclusão dos espaços de visibilidade. A gente não quer ver o pobre. Não quer superar o problema da pobreza.”

Inscreva-se no meu canal e compartilhe no youtube, e também nas minhas redes sócias no Facebook e deixa seu comentário

Site: https://www.ceilandiaemalerta.com.br/

Site: https://jornaltaguacei.com.br/

Facebook: https://https://www.ceilandiaemalerta.com.br/

Facebook: https://www.facebook.com/jtaguacei/

Facebook: www.facebook.com/jeova.rodriguesneves

Twiter: https://twitter.com/JTaguacei

Instagram: www.instagram.com/ceilandiaemalerta

@ceilandiaemalerta

Não esqueça de ativar o sininho para que você seja notificado dos novos

vídeos.https://www.youtube.com/channel/UCPu41zNOD5kPcExtbY8nIgg?view_as=subscriber