O ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sergio Moro, vai escolher um delegado da Polícia Federal para comandar a área de registros sindicais. O setor saiu do Ministério do Trabalho, que foi extinto no governo Bolsonaro, e incorporado à pasta do ex-juiz da Lava Jato. A informação sobre a escolha de um delegado para a função foi publicada na Coluna do Estadão desta quarta-feira 9.
A presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), alertou para o início da perseguição e criminalização do movimento sindical por parte de Moro e destacou que representação de trabalhadores virou caso de polícia, situação que lembra a expressão emblemática de Washington Luís, o último presidente da República Velha: “a questão social é caso de polícia”.
“Fim do Ministério do Trabalho e representação dos trabalhadores vira caso de polícia. Começa a criminalização do movimento sindical, tarefa que Moro desempenhará com maestria. A conferir se alcançará as representações funcionais do sistema judiciário e de polícia também”, tuitou Gleisi.
Irregularidades na autorização de abertura de novos sindicatos já foram investigadas dentro da Operação Registro Espúrio. Moro nomeou diversos integrantes da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, em sua equipe no Ministério da Justiça.
Durante sua campanha, Bolsonaro ameaçou perseguir minorias, partidos políticos de esquerda, como o PT, e movimentos sociais, especialmente o MST e o MTST. Nesta terça, o novo governo já mandou suspendeu todos os processos em andamento relacionados à reforma agrária, em mais um ato de clara perseguição aos sem-terra, a quem já chamou de terroristas. Hoje, o Incra recuou da decisão.