A declaração de Haddad, um dos nomes mais cotados para assumir a Fazenda, levanta a possibilidade de criação de uma pasta ou secretaria com status de ministério para abrigar planejamento
(crédito: Reprodução/Youtube @Lula)
O ex-ministro Fernando Haddad defendeu, ontem, que a área de planejamento do novo governo não integre a estrutura da nova pasta de Orçamento e Gestão, a ser criada com a cisão do atual Ministério da Economia. No desenho que vinha sendo discutido pelo governo de transição, a Economia seria dividida em duas: Fazenda e Planejamento, Orçamento e Gestão.
A declaração de Haddad, um dos nomes mais cotados para assumir a Fazenda, levanta a possibilidade de criação de uma pasta ou secretaria com status de ministério para abrigar planejamento e investimentos estratégicos.
“A discussão é sobre qual o melhor local para a secretaria de planejamento, para que ela não seja tragada pelas secretarias que têm o curto prazo muito ostensivo, como Orçamento, Gestão, Logística, Governo Digital, que têm um dia a dia muito pesado. Isso, muitas vezes, traga o tempo do ministro, que acaba não tendo disponibilidade para pensar o planejamento de médio e longo prazos”, justificou.
Haddad se encontrou, ontem, com o vice-presidente para a América Latina e Caribe do Banco Mundial (Bird), Carlos Alberto Jaramillo, e com o diretor do banco para o Brasil, Johannes Zutt. Os executivos foram apresentar ao governo de transição os projetos que o banco multilateral está financiando no país e as prioridades de investimentos para o próximo ano. Na avaliação do governo eleito, o Bird pode ajudar a destravar a política de parcerias público-privadas (PPP).
Jaramillo disse que o Bird vai apoiar o novo governo e que tem interesse em ampliar a relação com o Brasil com investimentos para o combate à fome e à pobreza e ao desmatamento na Amazônia. Também apontou a política fiscal e a necessidade de crescimento econômico como questões de interesse.
Em conversa com jornalistas, Haddad comentou a reunião e disse que o Brasil tem muito interesse em reforçar o acesso aos financiamentos do Banco Mundial, cuja carteira de projetos no país somam cerca de R$ 5 bilhões, “uma parte na área de PPPs e concessões”, segundo o ex-ministro.
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