Será possível produzir insumos petroquímicos e combustíveis renováveis como GLP, combustíveis marítimos, propeno e outros, usados nas indústrias da borracha sintética, nylon e PVC
Petrobrás (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)
A Petrobrás processou, pela primeira vez, 100% de óleo de soja em uma unidade de refino industrial, a Riograndense (RPR), no Rio Grande (RS), informou a empresa petrolífera brasileira, em comunicado divulgado nesta quarta-feira (8).
O teste industrial ocorreu por meio de tecnologia desenvolvida pelo Centro de Pesquisas, Desenvolvimento e Inovação (Cenpes) da estatal. O objetivo é gerar produtos petroquímicos totalmente renováveis, de acordo com o informe. Esse processamento nesse tipo de unidade – craqueamento catalítico fluido (FCC) – é o primeiro do mundo, segundo a empresa
A partir desse refino será possível produzir insumos petroquímicos e combustíveis renováveis como GLP, combustíveis marítimos, propeno, entre outros, usados nas indústrias da borracha sintética, nylon e PVC. Os testes concluíram que os teores alcançados de concentração de BTX, empregando catalisadores, são capazes de atender aos níveis exigidos para formular gasolinas de elevado desempenho, praticamente isenta de enxofre.
O comunicado adianta que o segundo teste está programado para junho de 2024, quando será coprocessada carga mineral com bio-óleo (matéria-prima avançada de biomassa não alimentar), e produzido propeno, gasolina e diesel, todos com conteúdo renovável. A Petrobrás está investindo cerca de R$ 45 milhões para desenvolver o processamento de carga renovável.
Segundo o presidente da Petrobrás, Jean Paul Prates a companhia tem como uma de suas prioridades a transição energética. “Estamos fazendo derivados típicos de petróleo a partir de óleo vegetal. É inovação e transição energética combinadas em benefício do Brasil. É a Petrobrás voltando a liderar grandes processos de transformação técnica, econômica e social, com repercussão global”, disse Prates.
Os testes na área do biorrefino começaram por meio da cooperação entre as empresas que têm participação acionária na RPR: Petrobrás, Braskem e Ultra, iniciada em maio de 2023. O primeiro teste industrial começou na última semana de outubro. Nessa etapa, a PRP recebeu duas mil toneladas de óleo de soja e fez uma manutenção na unidade de craqueamento catalítico fluido (FCC), de acordo com as orientações do CENPES. Na etapa seguinte, em 1º de novembro, teve início o processamento da carga 100% renovável, e foi comprovada a viabilidade da operação.
Com informações do Brasil 247
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