Começam nesta segunda-feira as negociações para a formação de um novo governo, às vésperas dos Jogos Olímpicos
Reuters – A França se deparou com um parlamento dividido e negociações difíceis que começam nesta segunda-feira para formar um governo, após uma surpreendente onda de apoio à esquerda bloquear a tentativa de Marine Le Pen de levar a extrema-direita ao poder. O bloco de esquerda “Novo Front Popular” (NFP) emergiu como a força dominante na Assembleia Nacional após as eleições de domingo, mas sem um grupo único garantindo uma maioria funcional, as possibilidades incluem a formação de um governo minoritário pelo NFP ou a construção de uma coalizão ampla e difícil de gerir.
Este resultado representou um golpe para o presidente Emmanuel Macron e deixa a segunda maior economia da zona do euro em um limbo, antecipando um período de instabilidade política poucas semanas antes de Paris sediar os Jogos Olímpicos. Macron agora enfrenta um parlamento fragmentado, o que tende a enfraquecer o papel da França na União Europeia e em outros contextos, dificultando a implementação de uma agenda doméstica.
De acordo com dados do Ministério do Interior citados pelo jornal Le Monde, a esquerda ganhou 182 assentos, a aliança centrista de Macron 168 e o Agrupamento Nacional (RN) de Le Pen e aliados 143. Segundo a lógica de nossas instituições, Macron deveria convidar oficialmente o Novo Front Popular para indicar um primeiro-ministro, conforme declarou a líder dos Verdes, Marine Tondelier, em entrevista à rádio RTL.
O Primeiro-Ministro Gabriel Attal afirmou que apresentará sua renúncia na segunda-feira, embora não esteja claro se o presidente aceitará imediatamente, dada a tarefa desafiadora de formar um governo. Attal indicou estar disposto a permanecer em um papel de gestor temporário. Enquanto líderes do NFP se reuniram durante a noite para primeiras discussões sobre como proceder, pouca direção foi dada em entrevistas à imprensa na segunda-feira.
A respeito das negociações, alguns membros proeminentes do centro expressaram disposição para trabalhar em um pacto que garanta um governo estável, embora não estejam preparados para colaborar com a França Insubmissa, força considerada tão extremista quanto o RN por muitos centristas franceses. A deputada Yael Braun-Pivet, do partido de Macron, destacou a necessidade de uma cultura política menos antagonista e mais cooperativa.
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