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Presidente se comprometeu a acomodar o grupo político liderado por Lira em cargos na Esplanada dos Ministérios

Lula e Arthur Lira
Lula e Arthur Lira (Foto: Ricardo Stuckert/PR | Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

Lula e Arthur Lira avançam em acordo para a inclusão do Centrão na base governista · Ouvir artigo

Após pouco mais de sete meses, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) finalmente encaminhou um acordo potencial para a integração do Centrão à base aliada do governo no Congresso Nacional. Em uma conversa por telefone nesta sexta-feira (7), Lula e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), sinalizaram a intenção de estabelecer essa parceria política, segundo aponta reportagem do Valor Econômico, de Renan Truffi e Fabio Murakawa.

Segundo os jornalistas, durante a ligação, Lula se comprometeu a acomodar o grupo político liderado por Lira em cargos na Esplanada dos Ministérios. Essa concessão foi crucial para que o presidente da Câmara desbloqueasse a votação do projeto de lei que altera as regras de empate nos julgamentos do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) antes do recesso parlamentar. Além disso, a aproximação com o Centrão também foi determinante para a aprovação da reforma tributária na Câmara.

Essa aproximação com o Centrão começou a ser costurada na quarta-feira, quando deputados do bloco, pertencentes a partidos como PP, Republicanos, União Brasil, PSDB e até o PL, se reuniram com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT). Nessa reunião, eles manifestaram interesse em fortalecer a base governista em troca de cargos e influência dentro do governo. No entanto, ficou claro que essa negociação contava com a anuência de Lira, e que a contrapartida seria a ocupação de órgãos estratégicos, como os ministérios do Esporte e do Desenvolvimento Social, além da Caixa Econômica Federal e da Fundação Nacional de Saúde (Funasa).

O sinal verde para essa aliança foi dado pelo próprio Lula durante a conversa com Lira. No entanto, o presidente ressaltou que não seria possível negociar tantos cargos imediatamente, diante da proximidade de votações cruciais na Câmara. Dessa forma, Lula pediu a Lira que garanta a aprovação dessas matérias antes de avançar nas negociações para acomodar seus aliados políticos no governo, o que deverá ocorrer durante o recesso parlamentar, nas próximas semanas.

Essa aproximação entre o governo Lula e o Centrão é vista como uma estratégia para fortalecer o apoio político e facilitar a aprovação de importantes projetos no Congresso Nacional. A habilidade do Centrão em articular e agregar parlamentares de diferentes partidos pode ser fundamental para a governabilidade do presidente.

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