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A bancada do PT na Câmara quer exlicações sobre a licença do ministro da Justiça, Sérgio Moro, em meio ao escândalo da Vaza Jato; “Será que ele, covarde como é, pretende que essas buscas sejam feitas quando ele não estiver no Brasil?”, questiona o líder do PT, deputado Paulo Pimenta

Moro férias
Moro férias

PT na Câmara – O que está por trás da licença do ministro Sérgio Moro (Justiça) por “motivos pessoais” num momento em que a imprensa anuncia que a Polícia Federal pode estar prestes a efetuar prisões e buscas em represália ao escândalo da “Vaza Jato”? Este é o questionamento que a Bancada do PT faz nesta segunda-feira (8), sobre a autorização para o afastamento entre os dias 15 e 19 de julho ter sido publicada no Diário Oficial da União de hoje. “Será que ele, covarde como é, pretende que essas buscas sejam feitas quando ele não estiver no Brasil?”, indaga o líder do PT, deputado Paulo Pimenta (RS).

Em vídeo divulgado em sua rede social, Pimenta afirma que, de Moro pode se esperar qualquer coisa. “Ele é uma mente perversa, doentia, que se alimenta de um projeto de poder e para alcançar os seus objetivos é capaz de fazer qualquer coisa”, reforça.

Para o líder petista, é no mínimo esquisito que o ex-juiz da Lava Jato e atual ministro do governo da “família metralha” tire férias com seis meses de governo e, ao que tudo indica, para voltar aos Estados Unidos. “O que que tem por trás de mais essa viagem? Será que o Dallagnol vai estar com ele nos EUA nos mesmos dias?, questiona Pimenta. O procurador Deltan Dallagnol, coordenador da Lava Jato, está no centro das conversas vazadas pelo site The Intercept Brasil, que revela o conluio com Sérgio Moro, para a instituição de mecanismo de perseguição dentro da Lava Jato à margem da lei.

Paulo Pimenta relembra também que vários juristas importantes no País têm afirmado que as revelações do The Intercept são gravíssimas. Ele cita inclusive Nelson Jobim, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, ex-ministro da defesa e ex-ministro da Justiça, que disse hoje (8), em entrevista ao site UOL, que “Sérgio Moro agiu de maneira inadequada e que Justiça brasileira falhou ao não conter excessos da Lava Jato no início da operação”.

“A casa caiu! Os milicianos, metralhas e mentirosos serão desmascarados, Dallagnol e Moro serão desmascarados junto com eles”, sentencia Pimenta.

“Vai se afastar para ser investigado?”

Vários parlamentares do PT também criticaram as “férias” de Moro em suas redes sociais. A presidenta nacional do partido, deputada Gleisi Hoffmann (PR), ironiza em sua conta no Twitter: “Moro vai tirar férias?! Como assim, não tem nem um ano de serviço. Ou vai se afastar para ser investigado, o que seria correto?!”

O deputado Rogério Correia (PT-MG), autor de requerimento para convocação de Sérgio Moro para explicar novas conversas divulgadas pela “Vaza Jato” tuitou: “Férias estranhas do ex-super-herói dos ricos e reaças, vaiado com o Bozo no Maracanã! Aécio também já foi, lembram?” e completa: “Fugindo de ir convocado à Câmara ou preparando para infringir a lei e perseguir o do The Intercept? Ou está de saída?”. Rogério Correia ainda garante que está de olho “no juiz fujão”.

Para o deputado Leonardo Monteiro (PT-MG) está evidente que Moro quer ganhar tempo para preparar sua defesa. “Viu que a história do ‘hacker’ não colou e vai usar sua licença para inventar mais mentiras. Por que Moro não autoriza o telegram a divulgar suas mensagens?”, provoca.

E para Enio Verri (PT-PR), o afastamento de uma semana, por si só, não oferece qualquer satisfação à sociedade sobre “as gravíssimas acusações” que pesam contra Moro e a equipe Força-Tarefa. “Para a preservação das instituições e a bem da justiça, é melhor que ministro e a equipe do MPF se exonerem”, sugere.

“Viagem aos EUA?”

E o deputado Waldenor Pereira (PT-BA) frisa: “Os tais ‘assuntos pessoais’ do Moro não envolvem viagem aos EUA e encontro com representantes do governo americano não, né?”, e brinca: “a expectativa é licença de uma semana por motivos pessoais, mas a realidade é a ‘Vaza Jato’. O deputado ainda lembra que, coincidência ou não, a “licença” do Moro acontece um ano após ele manobrar para Lula permanecer preso, mesmo estando de férias e fora do País na época.

Na mesma linha, o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) diz esperar que “nessas férias para tratar de assunto pessoais, se ele for para os EUA, “não se encontre com representantes do governo Americano”. E acrescenta que é preciso estar atento e evitar “que a licença de Moro para tratar de assuntos particulares seja para desencadear os ataques da Polícia Federal ao The Intercept Brasil”.

E o deputado Bohn Gass (PT-RS) pede calma aos seus seguidores no Twitter. “Moro fora do governo Bolsonaro. Calma, gente, por enquanto é só um afastamento temporário. O ministro vazador pediu e o presidente autorizou uma licença de 15 a 19 de julho. Oficialmente a alegação é tratar de assuntos pessoais”.

Crise política e vazamentos

O deputado João Daniel (PT-SE) avalia que, o afastamento “suspeito” do ministro Sérgio Moro levanta questionamentos e o coloca em uma situação delicada, em meio a uma “crise política e aos vazamentos de seu envolvimento parcial no processo da Lava Jato contra o presidente Lula”. Ele acrescenta ainda que, vendo a Polícia Federal “subalterna ao ministro” solicitando uma investigação contra o jornalista Glenn Greenwald do Intercept, “não podemos ignorar o fato que há uma movimentação para barrar esses vazamentos, e censurar qualquer oposição ao esquema montado para continuar agindo”, afirma em seu Twitter.

A deputada Erika Kokay (PT-DF) destaca que Moro tira férias em meio ao bombardeio da “Vaza Jato”. “O ministro tem seis meses de trabalho à frente da pasta e já quer férias? Num era o Bolsonaro que dizia que trabalhadores (as) tinham que escolher entre emprego ou direitos?”, provoca.

O deputado José Guimarães (PT-CE) indaga: “Vai tirar férias? Não tem nem um ano de serviço? Vai embora definitivo! Foi demitido?”. O deputado Alencar Santana Braga (PT-SP) também manifesta estranheza de férias após apenas seis meses de governo. O deputado Carlos Veras (PT-PE) enfatiza que “um trabalhador e uma trabalhadora precisam de, pelo menos, um ano no cargo para conseguir férias” e a Margarida Salomão (PT-MG) é categórica: “O Moro pode até tirar férias. A Vaza Jato não”.

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