Dois anos após o impeachment sem crime de responsabilidade, a mídia divulga uma pesquisa que aponta que para 47,9% dos brasileiros acreditam que a presidenta Dilma Rousseff foi vítima de um golpe.
Segundo a pesquisa, 43,5% dos entrevistados entenderam que impeachment foi um evento “normal” que “faz parte do processo democrático”. Outros 8,6% não sabem dizer.
O levantamento foi feito pelo Instituto da Democracia e da Democratização da Comunicação, ligado ao Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INTC), envolvendo universidades e pesquisadores de diversas instituições acadêmicas. A pesquisa foi realizada em março deste ano, entre os dias 15 e 23, com 2.500 pessoas domiciliares em 179 municípios.
Segundo o coordenador da pesquisa, o cientista político Leonardo Avritzer (UFGM), uma série de fatores políticos após o impeachment contribuíram para esse resultado. “É uma maioria que parece ter sido formada após o afastamento de Dilma”, diz.
Entre os eventos, ele cita a gravação que derrubou o senador Romero Jucá (MDB-RR) do ministério do governo Michel Temer logo no início da gestão. Trata-se da conversa de Jucá, braço direito de Michel Temer, com o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, em que o senador afirma que havia uma articulação para derrubar a Dilma e “estancar a sangria” da Lava Jato.
Ele cita ainda que os R$ 51 milhões encontrados em malas num apartamento cedido ao também ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB-BA) e o flagrante contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG), que teve conversa gravada com o empresário Joesley Batista.
A realidade é que a mídia e a direita venderam a tese de que o mundo seria colorido com a saída de Dilma e que os governos progressistas foram os responsáveis por todas as mazelas do país. O inconformismo da derrota nas urnas levou o senador Aécio a se aliar om Temer, acreditando que o resultado seria a sua eleição em 2018. A senha golpista tomou conta e o golpe sem crime foi aprovado.
Impóndo uma agenda diferente da que foi aprovada pelas urnas, Temer se tornou o presidente mais impopular da história e promove o desmonte do Estado, com privatizações e retirada de direitos.
Lula
Realizado antes da prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o levantamento também apontou que a condenação do ex-presidente pelo juiz Sergio Moro também foi rejeitada.
De acordo com a pesquisa, 27,6% discordavam muito da condenação e 11,5% discordavam pouco. Outros 10,3% não concordavam nem discordavam. E 5% não quiseram ou souberam responder.
Do Portal Vermelho, com informações de agências