Em nota, o PT afirmou que as declarações de Musk mostram a “arrogância” do bilionário, que sugeriu “censura” no Brasil
Após o empresário sul-africano Elon Musk pedir o impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, o Partido dos Trabalhdores (PT) afirmou que as manifestações do dono do X “atentam contra a soberania brasileira”.
“Ao atacar o ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, o bilionário ameaça diretamente o estado de direito democrático e as instituições do nosso país”, diz a nota do partido.
As exposições de Musk foram feitas por meio das redes sociais. Durante o fim de semana, o dono do X fez uma série de críticas a Moraes e chegou a desafiar o ministro, ao dizer que estava “revertendo todas as restrições” aplicadas, mesmo que isso custe a operação do X no país.
Neste domingo (7/4), o empresário disse que Moraes deve “renunciar ou sofrer impeachment”. Pontuou ainda que o ministro “traiu descarada e repetidamente a Constituição e a população do Brasil”.
Na mesma postagem, o bilionário anunciou que publicará, “em breve”, tudo que é exigido pelo ministro. Ele afirmou ainda que as solicitações “violam a lei brasileira”.
De acordo com o PT, as falas de Musk “merecem o mais veemente repúdio”. Na nota, divulgada neste domingo (7/4), o partido chamou o bilionário de arrogante e apontou para a necessidade de regulação das mídias.
“Sua demonstração de arrogância serve à campanha de mentiras de Jair Bolsonaro contra o Judiciário brasileiro e configura ingerência totalmente descabida na vida política e na democracia em nosso país. A ofensiva truculenta do dono do “X” é mais uma evidência de que as plataformas devem se submeter a uma regulamentação muito clara, como ocorre em outros países, para que deixem de servir à propagação de mentiras e campanhas de ódio”, disse a Executiva Nacional do PT.
Ainda no comunicado, a legenda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou solidariedade ao ministro Alexandre de Moraes, ao TSE e ao STF “pelo importante papel que têm desempenhado na defesa dos direitos e das garantias constitucionais contra quem os ataca”.
Disseminação de fake news
Musk adquiriu o X em 2022 e, desde então, tem enfrentado polêmicas. Ele se descreve como um “absolutista da liberdade de expressão”. A plataforma reduziu as equipes de moderação de conteúdo, e usuários e especialistas apontam o crescimento do discurso de ódio e da desinformação.
No ano passado, o bilionário se pronunciou sobre o PL das Fake News. Na ocasião, a Câmara dos Deputados ignorou a pressão das big techs e aprovou a urgência do projeto de lei que regulamenta as redes sociais e impõe sanções a plataformas que não retirarem do ar, até 24 horas após decisão judicial, conteúdos ilícitos.
Com informações do Metrópoles
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