Em visita do presidente Lula ao Vale do Rio Taquari, governo federal anuncia novas medidas de reconstrução do Rio Grande do Sul. Elas estão destinadas aos setores de saúde, trabalho e habitação
O presidente Lula, durante visita ao bairro Navegantes, em Arroio do Meio
De volta ao Rio Grande do Sul (RS) pela quarta vez desde o início do desastre climático e humanitário, o presidente Lula trouxe alento ao povo gaúcho no processo de reconstrução coordenado pelo governo federal. Novas ações foram anunciadas, nesta quinta-feira (6), para reerguer o estado. “Nós não vamos deixar o que aconteceu cair no esquecimento”, assegurou Lula. As medidas responderão a demandas nas áreas da saúde, do trabalho e da habitação.
Em visita ao município de Cruzeiro do Sul, Lula conheceu a devastação resultante das cheias no Vale do Rio Taquari. O bairro Passo de Estrela tornou-se cenário de guerra: das 850 casas, 600 foram completamente destruídas. Em resposta à devastação, o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional elaborou 64 planos de reconstrução. Ao lado de ministros de Estado, o presidente reclamou dos entraves burocráticos na liberação das verbas e repetiu diversas vezes a palavra “esperança”. “Nós não temos o direito de fazer a casa das pessoas onde a água vai chegar”, cobrou, referindo-se aos pontos de risco.
O ministro das Cidades, Jader Filho (MDB), antecipou múltiplas iniciativas, tanto no meio rural quanto no urbano, para devolver às famílias gaúchas as moradias perdidas nas enchentes. A pasta recebeu mais de 40 mil pedidos de prefeituras do RS para reconstrução de habitações. A Caixa Econômica Federal (CEF) aguarda apenas os laudos da Defesa Civil para iniciar a liberação dos aportes. Jader disse ainda que o governo vai comprar casas para entregar à população que ficou desabrigada.
“Hoje é um dia muito importante, presidente Lula. Nós assinamos a portaria de liberação para que a Caixa possa recepcionar as propostas de unidades habitacionais, sejam unidades habitacionais novas, como unidades habitacionais usadas, para que o governo federal possa adquirir essas unidades prontas e a gente possa entregar a essas famílias”, explicou Jader.
Proteção ao trabalhador
No amparo aos trabalhadores gaúchos, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho (PT), garantiu dois salários mínimos a 434.253 pessoas. Em troca, o governo federal pede às empresas que mantenham os empregos durante o processo de reconstrução do estado. Os beneficiados são 326 mil trabalhadores CLTs, 40 mil trabalhadores domésticos, 36 mil estagiários e 27 mil pescadores artesanais.
“O presidente Lula determinou que a gente continuasse trabalhando e pensasse uma política que colabore com as empresas para que elas possam aderir ao programa que nós vamos anunciar hoje aqui”, afirmou Marinho. “Da mesma forma, pedir a compreensão de empresas, trabalhadores, lideranças e sindicatos no processo de composição. Um processo de negociação, de diálogo, sempre tem muito poder na reconstrução. Diferentemente do momento da pandemia, que o benefício foi para as pessoas ficarem em casa, esse é o momento de reconstrução.”
Restauração da saúde
A saúde do RS contará com 790 leitos clínicos e pediátricos a mais, pelo período de 6 meses, para organizar a fase de reconstrução. “Eu vejo que é o momento, no caso da saúde, de fortalecer a rede assistencial o máximo possível”, explicou a ministra da Saúde, Nísia Trindade. “São R$ 64,4 milhões destinados a isso”, completou.
O Ministério da Saúde (MS) licenciou serviços de hemodiálise em quatro hospitais do estado para tratamento de doentes crônicos. “Esse processo de habilitação em hemodiálise (…) é uma grande necessidade, tanto de pacientes crônicos, como também é uma das possíveis implicações por leptospirose”, explicou Nísia.
“Hoje nós estamos ampliando o teto de média e alta complexidade, habilitando várias unidades de assistência, suporte técnico ao SAMU, centros de atenção psicossociais”, elencou.
Mais Auxílio Reconstrução
Nesta quinta, o presidente Lula assinou Medidas Provisórias (MPs) ampliando o número de municípios do RS que devem receber recursos do governo e o de famílias incluídas no Auxílio Reconstrução, de R$ 5,1 mil. As MPs autorizam novos valores ao estado na ordem de R$ 124 milhões.
O chefe da Secretaria Extraordinária de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, ministro Paulo Pimenta (PT-RS), enalteceu as linhas de financiamento criadas pelo governo federal, na semana passada, para salvar as empresas atingidas pela tragédia climática.
“O senhor presidente anunciou R$ 15 bilhões, que, a partir da semana que vem, vão ser decisivos para a manutenção da atividade econômica do estado. Três linhas. O senhor teve a sensibilidade, a pedido do nosso povo, ampliou, a partir da semana que vem, as cooperativas de crédito, o Banrisul, atenderam o nosso pedido”, comemorou Pimenta.
Com informações do PT Org
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