Jair Bolsonaro (PL): a defesa do ex-presidente apresentou manifestação ao STF sobre a denúncia da PGR por tentativa de golpe de Estado. Foto: Reprodução

“De onde menos se espera, daí é que não sai nada.” A frase do jornalista e humorista Apparicio Torelly, o Barão de Itararé, cai feito uma luva para a defesa de Jair Bolsonaro contra a denúncia por tentativa de golpe de Estado apresentada pela Procuradoria-Geral da República. Ninguém esperava nada diferente e nada diferente veio.

Os advogados do ex-presidente cumpriram o roteiro: questionaram a atuação do ministro Alexandre de Moraes, o julgamento na Primeira Turma ao invés do Plenário do STF, a delação do ex-faz-tudo Mauro Cid, o material obtido pelas investigações da Polícia Federal, a falta de assinaturas de Bolsonaro nas minutas de golpe, o sentido do 8 de janeiro de 2023. Como esperado, criticaram principalmente questões formais da investigação e da denúncia. Mas não rebateram o conteúdo decentemente, chamando-o de ficção.

O processo judicial não deve trazer algo muito de diferente disso, com muito malabarismo para contornar a quantidade de evidências que comprovam a liderança e a centralidade de Bolsonaro na tentativa de transformar a democracia brasileira em leite condensado.

A defesa legal pode estar focada na Justiça, mas o ex-presidente não, pois sabe que há elementos suficientes para condená-lo. Ele e seus aliados miram a defesa política. Jair espera as negativas para alimentar o discurso de perseguição judicial em várias frentes: entre os seus seguidores mais radicais, junto ao eleitorado de outubro de 2026 e na comunidade internacional de extrema direita, com a Trumplândia à frente.

Jair Bolsonaro e Paulo Cunha Bueno, um dos advogados que representam o ex-presidente na investigação sobre a tentativa de golpe de Estado. Foto: Reprodução

Bolsonaro vai se tornar réu por golpe de Estado, entre outros crimes, e muito provavelmente será condenado. E ele também sabe disso. Pressão dos Estados Unidos, de manifestações de rua no Brasil e de parlamentares extremistas não vão surtir efeito no STF, pelo contrário, são capazes de acelerar o processo judicial.

Sua meta, neste momento, é preparar o terreno para uma revisão futura de sua condenação, o que pode ocorrer mais facilmente com a saída de Lula e a volta da direita ao poder. A imagem de alguém que teve quase todos os pedidos negados pela Justiça é crucial para isso, mesmo que os pedidos venham a ser negados com argumentação sólida.

A questão é se ele vai topar ser preso após declarado culpado e aguardar uma revisão ou anistia no xilindró ou irá se pirulitar para os arredores da Disney antes disso. Lula não fugiu e passou 580 dias em cana até ter sua condenação cancelada. A imagem de perseguido cola com o seu público, mas para ela ter efeito no eleitorado mais amplo, a de frouxo não pode se sobrepor.

Com informações do Diário do Centro do Mundo

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