Parlamentares, representantes de movimentos sociais e entidades sindicais realizaram nesta terça-feira (6) ato contra a Reforma da Previdência e em defesa da democracia na Câmara dos Deputados.
Em uníssono, palavras de ordem eram entoadas como hino, lembrando aos que passavam no corredor das comissões da Câmara que o deputado que votar favoravelmente à Previdência “não volta” à Câmara em 2019, em referência às eleições que acontecem este ano.
Enquanto representantes de movimentos sociais e entidades sindicais reforçavam a necessidade de pressão nas ruas, no Parlamento, deputados contrários à proposta anunciavam uma obstrução total dos trabalhos.
“Temos que obstruir os trabalhos no Congresso. Não como esse Parlamento funcionar com esse cenário de total rompimento democrático”, anunciou a senadora Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT.
A proposta foi endossada por diversas lideranças da Oposição e de partidos contrários à matéria. De acordo com a vice-líder da Minoria, deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), “quanto menos o Congresso votar, melhor para o povo. Quando obstruímos totalmente a pauta, dificultamos os acordos que o governo vem tentando fazer para aprovar a Reforma da Previdência”, explica a parlamentar.
Guilherme Boulos, coordenador da Frente Povo Sem Medo, afirmou que os movimentos sociais não medirão esforços para barrar a reforma de Temer. Para ele, o governo mente sistematicamente à população, quando vende a ideia de um déficit previdenciário, mas gasta rios de dinheiro em publicidade para amedrontar a sociedade, caso a PEC 287/16 não passe.
“Este governo não tem autoridade política e moral para tratar do direito dos trabalhadores. Dizem que não tem dinheiro, mas gastam muito em mentiras para tentar convencer a população. O déficit é mentiroso, o combate aos privilégios é mentiroso. Vamos precisar de muita combatividade no Parlamento e nas ruas para barrarmos de vez essa proposta”, disse.
O presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adilson Araújo, lembrou das manifestações marcadas para o dia 19 de fevereiro. Segundo ele, será um dia nacional de lutas e resistência, independentemente de o governo votar ou adiar a Reforma da Previdência. “Os movimentos sociais estão compreendendo a importância de sacudir a poeira e dar a volta por cima. Essa reforma prejudica a sociedade e quebra o país. Por isso, estaremos nas ruas dia 19.”
Para a presidente nacional do PCdoB, deputada Luciana Santos (PCdoB-PE), a “reforma” proposta por Temer “liquidará a Previdência do país”. Segundo ela, o resultado esperado pelo governo já tem sido visto, com o aumento significativo dos planos previdenciários privados. “Esse é o resultado do golpe que derrubou Dilma. Estava anunciado lá atrás, mas precisamos resistir e barrar mais esse golpe contra o país”, destacou.
Por Christiane Peres Richard Silva/PCdoB na Câmara