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Pré-candidato ao Palácio do Planalto pelo PSDB, Geraldo Alckmin afirmou que há dificuldades na aprovação de reformas estruturantes no último ano de um governo e que as eleições podem dar a “legitimidade” para a realização dessas mudanças por um presidente da República.

Em evento com empresários da construção civil, o governador paulista afirmou que grandes reformas, como a da Previdência, devem ser feitas “no primeiro ano de governo”.

“Não é fácil fazer isso [reformas] no último ano de governo. As grandes reformas constitucionais, você tem que fazer no primeiro ano, porque quem for eleito vai ter quase 70 milhões de votos. A legitimidade disso é impressionante. Quem for eleito tem que aproveitar os primeiros seis meses para fazer todas as reformas para poder deslanchar”, afirmou, nesta quarta-feira (8), em Brasília.

Alckmin apontou que, no início de um governo, deputados e senadores sofrem menos pressão para aprovar medidas consideradas impopulares. “No começo, quem ganhou a eleição já ganhou e quem perdeu já perdeu. A coisa fica menos eleitoral, mais focada nas questões de mérito”, declarou.

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REFORMAS

O discurso de Alckmin enfatiza um dos entraves para o avanço da reforma da Previdência apresentada pelo governo Michel Temer. O tucano defendeu a aprovação da proposta, que deve ser votada no dia 20, mas apontou fragilidades.

“Precisamos de todo o empenho na aprovação da reforma da Previdência em fevereiro. Mesmo que não seja ideal, ela é importante e necessária”, disse.

Alckmin afirmou que o país precisa de “macrorreformas” para garantir um crescimento sustentado da economia, e citou a simplificação tributária como outra mudança considerada primordial.

O governador paulista aproveitou o evento com dirigentes da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), em Brasília, para apresentar pontos de sua pré-candidatura à Presidência. Defendeu a reforma política (com a implantação do voto distrital), a privatização de empresas estatais e a desoneração do saneamento básico.

Alckmin sugeriu ainda a inclusão de municípios e do governo federal na gestão da segurança pública. “A questão da segurança é territorial”, disse.

Em uma referência indireta a seu estilo tímido, criticado até por alguns tucanos, Alckmin brincou: “Eu não sou showman. Já fui apelidado até de ‘picolé de chuchu’. Quem quiser ver show, tem aí o Tom Cavalcante. Não somos eleitos para ficar na ribalta”.