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Justiça poética é uma expressão que exprime aqueles belos momentos da vida em que aqueles que fazem o mal acabam vitimados pelo que semearam. É isso o que está acontecendo com mídia, banqueiros, grandes empresários e os políticos dos quais eles são donos, doravante chamados, simplesmente, de golpistas.

Eles acharam que seria um passeio. Derrubariam Dilma sob alegações falsas, prenderiam ou inabilitariam Lula para disputar eleições até o fim da vida e, assim, colocariam um Michel Temer 2 para fazer de 2019 para frente o que Temer terá feito entre 2016 e 2018.

O nome desse “Michel Temer II” é – ou deveria ser – Geraldo Alckmin, o insosso governador paulista que os golpistas queriam que continuasse vendendo o Brasil a partir de janeiro do ano que vem.

Ocorre que Alckmin não é só um político artificial, um produto da combinação de blindagem da mídia com burrice popular, fórmula que não ultrapassa as fronteiras do Estado de São Paulo.  Alckmin também é um político cheio de casos de corrupção contra si que só não puseram fim à sua vida pública graças ao aparelhamento do Ministério Público e do Judiciário paulistas e a instrumentalização da mídia.

Assim sendo, Alckmin tem queixo de vidro.  Não aguenta uma porradinha. Foi só a mega delação da Odebrecht fazer uma denunciazinha contra ele que despencou nas pesquisas. Além disso, sua proximidade com Temer e Aécio foi mortal para si.

É estupidamente irônico que a mídia, o capital e os partidos de direita tenham dado um golpe para montar uma dinastia tucano-emedebê e o que conseguiram foi menos que nada, ou seja, conseguiram vitaminar um extremista de direita com uma trajetória de vida nebulosa, um enriquecimento rápido e inexplicável e dono de uma mediocridade assustadora.

Bolsonaro andou flertando com o capital, prometendo manter a privataria, mas não convenceu.

O Blog da Cidadania colheu opiniões que circulam entre o empresariado e o sistema financeiro e a verdade é que o desconhecimento técnico dele sobretudo, a total ausência de quadros, ou seja, de pessoas competentes para a miríade de áreas que um governo deve preencher, sugere que se for eleito o Brasil terá um governo improvisado, sem programa ou plano de governo de qualquer tipo, o que pode jogar o país em uma crise econômica que fará a anterior parecer o paraíso.

Marina Silva também afundou. Nem tem feito muita força para se viabilizar como candidata porque não agrada completamente o capital por ter passado muito esquerdista e seu partido, a Rede Sustentabilidade, tem muitos quadros de esquerda que o capital não engole.

Isso sem falar que ela apoiou Aécio Neves no segundo turno da eleição de 2014.

A verdade é que a direita que deu o golpe – Bolsonaro é de uma direita que todos evitam chegar perto por medo de se contaminar pela burrice galopante – em 2016 não encontra candidato viável.

O ataque aberto da Folha de São Paulo a Bolsonaro neste domingo é, antes de mais nada, um ato de desespero. É óbvio que a trajetória dele é mal explicada, seu enriquecimento suspeito (por falta de origem), mas o jornal o atacou com uma força só comparável à usada contra Lula nos bons tempos.

A percepção da Folha, do mercado financeiro e do empresariado é a de que Bolsonaro herdaria parte considerável dos votos de Lula se este for impedido de disputar a presidência. E o Brasil teria um psicopata iletrado, temperamental e imprevisível governando 200 milhões de brasileiros e um PIB de CINCO TRILHÕES DE REAIS.

A direita golpista que sabotou o Brasil para derrubar Dilma é muito boa em conspirações e golpes, mas é péssima analista política. Não consegue entender que o povo quer de volta o que Lula e Dilma lhe deram entre 2003 e 2014. Ou seja: redução da desigualdade, aumento do emprego com carteira, aumento do salário, melhoras do ensino, da saúde, da educação…

Tudo caminha, pois, para uma vitória da esquerda em 2018. Seja com Lula, seja com quem ele indicar se não puder disputar a eleição, porque, ao contrário do que a mídia e o próprio Bolsonaro pensam, o povo cansou de experimentar o desconhecido. Vai votar como Lula mandar. A direitalha só acreditará nisso depois que acontecer. Ainda bem.

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