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Fotos: Agência Brasil e Alesp
A Folha fez reportagem mostrando que os líderes da direita brasileira se eximiram de condenar os planos de golpe de Bolsonaro e sua turma.
Tarcísio Freitas chamou de “narrativa disseminada” contra Jair.
Sergio Moro optou pela saída Glória Pires (“não sou capaz de opinar”).
Ronaldo Caiado imitou o indicado: “E daí?”
Michel Temer usou sua especialidade, negar o rótulo de golpe.
Gilberto Kassab disse que “se reservava o direito de aguardar”.
Muitos outros, de Arthur Lira a Baleia Rossi (o presidente do MDB), preferiram ficar em silêncio.
Lembremos: era um plano para impedir a posse dos eleitos que incluía o assassinato de várias autoridades, tudo amplamente documentos por provas materiais.
E não há, de parte destes próceres da direita brasileira, um único murmúrio de desaprovação.
Não estou falando só de pessoas que circulam em torno de Bolsonaro, como Tarcísio, Moro, Ratinho Jr., Caiado, Zema, Cláudio Castro ou Temer.
Muitos são “parceiros” do governo Lula, como Kassab, Baleia Rossi e mesmo Arthur Lira.
Para qualquer um deles, a hipótese de um golpe de Estado não causa repulsa. Nem mesmo julgam que, em nome de sua imagem pública, deveriam se distanciar de um plano assassino.
Alguém dúvida que, se o golpe de Bolsonaro tivesse dado certo, todos eles estariam apoiando a nova ditadura?
No começo, pelo menos. Depois poderiam brigar por fatias do butim; mais tarde um pouco, alguns passariam para a oposição e reemergiriam como heróis da resistência.
Vi na imprensa gente dizendo que os políticos não apoiariam uma ditadura porque precisam de democracia para tocar seu negócio.
Besteira. A ditadura de 1964, esperta, manteve um simulacro de eleições.
Os políticos não perderam seu modo de vida, bastavam não saírem da linha.
Muitos viam a repressão como uma maneira simples e eficaz de afastar seus adversários.
Houve um tempo em que se gastava muita tinta para discutir a necessidade de que a esquerda brasileira “aceitasse” a democracia.
Era uma discussão muito marcada pelo impacto do texto de Carlos Nelson Coutinho, “A democracia como valor universal”, que adaptou para as condições brasileiras as preocupações do eurocomunismo italiano da época.
Uma discussão relevante, até certo ponto. Parte da esquerda permanecia presa à visão que não dava atenção às questões da institucionalidade política, aceitando a fórmula simplista “ditadura sobre uma classe = democracia para a outra”.
Parte exaltava regimes stalinistas ou maoístas. E toda ela tinha que lidar com uma questão prática: como manter em funcionamento uma ordem democrática em condições de cerco imperialista?
A meu ver, a questão de fundo era outra – e para ela o artigo de Coutinho não dava resposta, antes servia de exemplo: como a esquerda ficou presa à visão de democracia estabelecida pela tradição liberal e não conseguia avançar para além dela.
Seja como for, pelo efeito tríplice da experiência da ditadura, do desencanto com o socialismo autoritário e da influência de novos movimentos, sobretudo na Europa, a esquerda brasileira estava pronta a abraçar a democracia.
Ela se tornou, na verdade, seu grande ideal, diante do qual todos os outros são deixados em segundo plano.
E a direita? Para a direita, ninguém nunca perguntou nada.
Os trânsfugas do apoio à ditadura, os Sarneys e ACMs e Bornhausens, foram todos aceitos como democratas de carteirinha.
E o mesmo, logo em seguida, para aqueles que ficaram fiéis ao regime até o fim. Todo mundo se indiferenciou na geleia geral da Nova República.
O apoio ou o combate à ditadura empresarial-militar nunca se tornou uma linha divisória no Brasil redemocratizado.
Agora, vivemos situação similar. A “frente democrática” inclui golpistas de 2016 e ex-bolsonaristas – não são bolsonaristas arrependidos, porque nunca se penitenciaram e muitos deixam abertas para uma reaproximação com Jair.
A falta de apoio para a punição aos golpistas não vem só da extrema-direita, nem só da oposição a Lula.
Vem de setores de dentro do próprio governo, como PSD, MDB e União Brasil, que mantêm um pé em cada canoa.
Com informações do VioMundo
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