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Fuzilamento de médicos ocorre três dias após o governo federal anunciar plano emergencial de segurança para o Rio de Janeiro

Os médicos Marcos Corsato, Daniel Sonnewend, Diego Ralf Bomfim e Perseu Ribeiro de Almeida 
 -  (crédito: Reprodução)

Os médicos Marcos Corsato, Daniel Sonnewend, Diego Ralf Bomfim e Perseu Ribeiro de Almeida – (crédito: Reprodução)

O assassinato de três médicos no Rio de Janeiro inflama o debate sobre a segurança pública no país e pressiona ainda mais o governo federal, que anunciou, na última segunda-feira, um plano emergencial para o enfrentamento das organizações criminosas, especialmente no estado fluminense e na Bahia.

Os ortopedistas Perseu Ribeiro de Almeida, Marcos de Andrade Corsato e Diego Ralf Bomfim — irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (PSol-SP) — foram assassinados a tiros, na madrugada de desta quinta-feira, em um quiosque na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. Outro médico, Daniel Sonnewend Proença, sobreviveu. Ele foi operado, e o quadro é estável.

A perícia realizada pela Polícia Civil identificou 33 cápsulas de disparos de pistolas 9mm, de cano curto. A principal linha de investigação da polícia é de que um dos ortopedistas, Perseu Ribeiro de Almeida, foi confundido com o filho de um miliciano.

A reação em Brasília foi imediata, com forte repercussão no meio político. O ministro da Justiça, Flávio Dino, determinou que a Polícia Federal acompanhe as apurações, em razão da suspeita de ligação do caso com atuação de Sâmia Bomfim — outra linha de investigação dos agentes.

A princípio, as apurações não serão federalizadas, ou seja, continuam correndo na Polícia Civil e no Ministério Público do Rio. A PF participa das diligências prestando apoio e observando. O secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, chegou à capital fluminense horas depois do crime. Nesta sexta-feira, ele se reúne com o governador Cláudio Castro para discutir o assunto.

Os médicos eram de São Paulo e estavam no Rio para participar de um congresso médico. Imagens de câmeras de segurança mostram o momento em que um veículo para na via que passa em frente ao quiosque. Homens armados descem e atiram várias vezes contra as vítimas, que não tiveram chance de defesa. Toda a ação de execução durou menos de um minuto. De acordo com testemunhas, após o ataque, os criminosos ainda voltaram para conferir se os profissionais realmente estavam mortos.

Motivação

Ainda não se sabe qual foi a motivação para a chacina. No entanto, fontes policiais afirmam que Perseu de Almeida pode ter sido confundido com Taillon de Alcântara Pereira Barbosa, filho do miliciano Dalmir Pereira Barbosa. Os demais teriam sido mortos por estarem no local — uma das hipóteses é de que os assassinos tenham considerado que se tratavam de seguranças.

Taillon teria residência a 750m do quiosque. A suspeita é de que uma pessoa que estava no estabelecimento ligou para avisar aos desafetos da milícia sobre a presença do grupo, dizendo que, entre os quatro, estava o filho do miliciano. Para confirmar essa hipótese, os investigadores devem fazer a triangulação dos celulares que estavam na localidade na hora do crime.

No entanto, nenhuma linha de apuração está descartada, inclusive a de que os homicídios teriam sido por motivação política, para intimidar Sâmia e o marido, o também deputado federal Glauber Braga (PSol-RJ).

Em julho, Sâmia afirmou que estava sofrendo ameaças. “São e-mails com ofensas horrorosas, dizendo que vão me matar e matar minha família com requintes de crueldade”, ressaltou, ao videocast Desculpa alguma coisa, da Universa. 

Com informações do Correio Braziliense

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