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Entrada nos dois países era feita anteriormente apenas por visto físico. Para conexões menores de 24 horas, liberação de visto segue mantida

Adoção de visto eletrônico entre os dois países atrasou em nove meses -  (crédito: Reprodução)

Adoção de visto eletrônico entre os dois países atrasou em nove meses – (crédito: Reprodução)

Um acordo realizado entre o governo brasileiro e o México na última semana prevê que os imigrantes e os turistas que queiram fazer conexão entre os dois países poderão obter um visto eletrônico. A medida pretende facilitar a entrada de estrangeiros entre as nações latinoamericanas que, desde 2021, adotam a exigência de visto físico para os seus cidadãos.

O anúncio do acordo foi feito logo após uma falha de comunicação impedir que uma família brasileira que estava de passagem pelo Japão retornasse ao país de origem, por meio de uma conexão pelo México. Isso ocorreu pois o país latinoamericano comunicou que não aceitaria mais a entrada sem visto, mesmo que apenas para trânsito. A história causou um constrangimento para o Itamaraty, que após isso, aconselhou que os brasileiros que realizassem conexão pelo México portassem um visto próprio para o país latino.

No entanto, a embaixada do México no Brasil afirma que, caso a conexão pelo país dure menos de 24 horas, não haverá exigência de visto mexicano para realizar a viagem. Além disso, eles reforçaram que, caso o viajante tenha um comprovante de residência permanente no Canadá, nos EUA, no Reino Unido, no Japão, ou em algum país que faça parte do Espaço Schengen ou da Aliança do Pacífico, a apresentação de visto também será facultativa.

Atraso de nove meses

A implementação do visto eletrônico entre os dois países não é uma discussão nova. Ao contrário, a medida deveria ter sido adotada ainda no início deste ano. Entretanto, uma falha no sistema fez com que a aplicação da nova modalidade de visto atrasasse em nove meses. De acordo com a embaixada mexicana, de janeiro até agosto deste ano, 140.725 brasileiros chegaram ao México por via aérea, o que representa menos da metade do número registrado em 2022, quando 285.972 brasileiros viajaram para o país.

Para a Associação Brasileira de Agências de Viagem (Abav), a ação favorece o turismo interno e externo em ambos os países. “Uma viagem tem vários fatores que determinam a escolha para aquele destino e, certamente, tirar um visto é um daqueles fatores que inibem a conclusão dessa viagem, então os meus parabéns para os dois governos, porque isso só vai fazer aumentar o turismo entre esses dois países”, parabenizou o vice-presidente financeiro da Abav Nacional, Edmilson Romão.

Mesmo assim, a medida não deve causar uma mudança significativa no comportamento de turistas dos dois países. Na avaliação do professor Gustavo Inácio de Moraes, da Escola de Negócios da PUC-RS e especialista no setor aéreo, o visto eletrônico ainda não é o suficiente para estimular um avanço no turismo e na troca de mão-de-obra entre as duas nações latinas. “Como nós estamos falando de duas sociedades que têm uma renda per capita baixa, não se espera um grande fluxo, um grande movimento no sentido de, apenas com essa medida, atrair turistas e clientes para ambos os mercados”, avalia o professor.

Para ele, ainda há um aspecto ideológico que facilitou a adoção da medida que visa facilitar a entrada de estrangeiros, já que ambos os países possuem governos com viés ideológico mais progressista. “Essa iniciativa que o Brasil faz com o México, deve se repetir também com outros países. A gente tende a observar essa liberação de através de visto eletrônico para os países sul-sul, ou aqueles países nos quais a diplomacia brasileira, nesse instante, está engajada”, acrescenta.

Com informações do Correio Braziliense

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